Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde

Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde
Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde - 31/07/1957

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Família Janke - Década de 20 - Volínia - Ucrânia

Conta Alfred Janke.
Em 1928 meus pais quiseram emigrar para o Canadá, mas não conseguiram o visto
Outros parentes já tinham ido para o Canadá e também para a Argentina.
A razão de nossa saída era que as autoridades soviéticas determinaram que cada colono entregasse um percentual de toda produção ao governo.
O pior era que bandos a cavalo (bolcheviques), que se diziam do governo, chegavam, levando animais, cavalos, bois, aves, etc... e não havia como protestar.
Compilado de carta enviada por Alfred Janke a Virginia Less em 2002.
Cópia enviada por sua filha Ilka Janke, Dezembro de 2007.

Harbin - China - 1931 - Adolf Lenz e Leonhard Pedde

Harbin. Limpeza de fossa. Escada. Homens na escada. O último é o Adolf Lenz.
Leonhard Daniel Pedde esta no lado de fora. Gás. Tonteira. Caiu um. Daniel vê os fatos acontecendo. Segura o velho Adolf. Puxa-o para fora, desmaiado. Os outros. Não houve tempo. Faleceram! No acidente faleceram os Kronberg - pai e filho e o Sr. Stibner. Todos eram zeladores do alojamento fornecido pela Igreja Luterana em Harbin para os refugiados russo-ucranianos.
Estória completada com base em informações de Alfred Janke - "Carta a Virginia Less" - datada de 2002. Cópia fornecida por Ilka Janke por especial deferência de seu pai, Dezembro de 2007.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Alfred Janke - 1930 - Harbin - China

A família Janke chegou em Harbin em Agosto de 1930 (por confirmar).
Os Golnick ( Reinhardt e Herbert) e os Würch (Ludwig), do qual os Janke tiveram notícias, ainda na Ucrânia, haviam chegado antes.
Logo na chegada, ainda com valores suficientes, foi alugada casa em conjunto com os Golnick. Mais tarde, exauridos os fundos procuraram ajuda junto a comunidade Luterana em Harbin (Pastor Kastler) e o Consulado Alemão que proporcionaram alojamento coletivo, na rua "Madigo". Os zeladores designados eram os Kronberg (pai e filho) e o Sr. Stibner.
Como professor para os filhos dos refugiados foi designado Reinhard Holz.
Mais tarde, tendo aumentado o número de refugiados, foi criado segundo alojamento e designada a professora Berta Neumann, mãe de Nicolai e Adelina Neumann.
Compilado de carta enviada por Alfred Janke a Virginia Less em 2002. Cópia enviada por sua filha Ilka Janke, dezembro de 2007.

August Janke - Volínia - Ucrânia - Década de 20

August Janke, tio de Alfred Janke, tentou ajudar judeu vendedor pracista.
Foi preso pelos Bolcheviques e deportado para a Sibéria.
Nunca mais houve noticias do mesmo.
Compilado de carta enviada por Alfred Janke a Virginia Less em 2002. Cópia enviada por sua filha Ilka Janke, dezembro de 2007.

Alfred Janke - 1929 - A Fuga

Alfred Janke, o terceiro filho de Eduard e Ida Janke, nascida Würch, natural de Neumanufka, Volínia, Ucrânia, empreendeu a longa saga desde a União Soviética até o Brasil, em conjunto com a sua família.
Conta Alfred Janke, em pequeno resumo de sua vida, que seu tio Karl Janke, seu pai Eduard em conjunto com Albert Bauer, resolveram fugir da União Soviética, via China Continental.
O pai Eduard era professor e detinha o direito de viajar pelo território da União Soviética com o objetivo de alfabetizar colonos russos adultos. As aulas deveriam ser ministradas no período noturno.
Deslocaram-se, de início em carroças até "Pulin" onde tomaram trem passando pelo rio Amur. De vila em vila, de cidade em cidade, chegaram até a fronteira russo-chinesa, demarcada pelo rio Ussuri, que foi ultrapassado de barco. No outro lado da fronteira, duas carroças já contratadas transportaram os fugitivos, apenas durante a noite, até a estação de trem mais próxima. De trem chegaram até Harbin.
Compilado de carta enviada por Alfred Janke a Virginia Less em 2002. Cópia enviada por sua filha Ilka Janke, Dezembro de 2007.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Emília (Mila) Kolmetz - Harbin - 1930/1932

Olga Lenz - Amo - trabalhou como doméstica com várias famílias em Harbin no período 1930/1932. De suas lembranças consta o nome de uma família - "Kolmetz". O Sr. Kolmetz era de origem alemã enquanto a esposa era russa. Trabalhava na área contábil de empresa em Harbin. A filha do casal - Emília - apelidada de "Mila" - falava perfeitamente o alemão e o russo. Tinha nove anos na época em que a Amo serviu em sua casa - teria em torno de 85 anos hoje. "Mila" frequentava escola russa em Harbin. A residência dos Kolmetz ficava em um prédio semelhante a um atual prédio de apartamentos, porem com saída independente para cada família. Amo trabalhou três meses a serviço da família.

Apos a saída da China. Nunca mais teve notícias da família ou de Emília.

Estória com base em relato de Olga Lenz Pedde - Amo - em 6/12/2007.

Harbin - China - 1932

Apo - Leonhard Pedde - passeava por Harbin.
Repentinamente deparou-se com patrulha militar que trazia prisioneiro Chinês amarrado.
Por ordem do Oficial em comando o prisioneiro foi colocado contra uma parede e imediatamente formado pelotão de fuzilamento. Uma ordem, uma sequência de disparos e o cérebro do prisioneiro espalhava-se por todos os lados.
A execução sumária deu-se propositalmente em frente a pequeno grupo de curiosos que se formara.
Estória reproduzida por Edith S. - Novembro de 2007 - com base nas lembranças do testemunho de seu pai Leonhard Pedde.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O Rádio Schaub

Paul Bartz comprou um Rádio Schaub. Orgulho da turma. Logo após, não sem sacrifícios, Leonhard Pedde comprou também um radio Schaub. Pelo que foi relatado existiam na época apenas cinco rádios do tipo em Porto Alegre. 1941/1942. E, evidentemente, o esporte noturno consistia em ouvir o tal rádio.
Declarada a Guerra entre o Brasil e a Alemanha, passou a existir restrição legal quanto a ouvir rádios e os rádio-ouvintes colocavam no mais baixo som possível.
A turma de ouvintes na casa do Apo(Leonhard Pedde) eram (normalmente) o velho Adolf Lenz, Leonhard Pedde, Otto Netzlaff e Adoline Lenz. Em ocasiões especiais a turma aumentava... Otto Netzlaff era o geógrafo da turma. Estava sempre olhando no atlas e confirmando os relatos radiofônicos.
Adoline Lenz ficava tricotando enquanto ouvia. Edith S. ficava ao lado da avó, aprendendo a tricotar.
Daquela época ainda restam duas cadeiras.
Relato com base em declarações de Edith S. - Outubro de 2007.

Ema Rosenberg Nätzel (Jobs)

Ema, tia de Olga Lenz Pedde casou-se com o Sr. Nätzel, ainda na Volinia antes de 1914.
Ficou viúva quando já tinha três filhos, Otto, Alma e um terceiro não identificado até a presente data.
Casou-se novamente com Adolf Jobs que também era viúvo e tinha filhos.
Por ocasião da "verschikung" (desterro) 1914/1915 foram enviados para a Sibéria e nunca mais se ouviu falar da família.
Informação passada por Olga Lenz Pedde - outubro/novembro 2007.
Nota: Para saber mais leia as pequenas histórias publicadas nos meses de Setembro e Outubro no presente Blog.

Harbin - China - Colonialismo

China - Harbin - 1931/1932.
Apo, Leonhard Pedde, andando na calçada. Rua sem calçamento, terra.
Chinês andando na rua, desviou de local com barro e subiu na calçada. Inglês que vinha atrás, ficou enfurecido com a "ousadia" do cidadão que resolvera andar pela calçada e chutou-lhe o traseiro com tamanha força que este foi ao chão, não sem urros de dor.
Tamanhas humilhações eram normais na Harbin colonial dos anos 30.
Estória reproduzida por Edith S. - Novembro de 2007 - que a ouviu várias vezes de seu pai Leonhard Pedde.
Nota:
A respeito de Harbin e a criação do Nacionalismo - http://chinaperspectives.revues.org/document651.html

Blackout 1942/1945 - Porto Alegre

Porto Alegre - rua Carlos Von Koseritz Os Pedde e os Lenz moravam próximos. Ordem de blackout total na cidade. Ninguém podia ligar a luz ou sequer ter velas na janela. O pessoal - fechava as janelas com cobertas e tratava de fazer passar o tempo jogando cartas. Eventualmente as crianças desavisadas deixavam uma porta aberta.
A reação dos vizinhos era imediata: - O "quinta coluna", desliga a luz!!!!
As estórias do blackout demonstram a paranóia que grassava entre as autoridades que se irradiava para a população. Supunham a iminência de um ataque "inimigo" ....
Estória com base nas lembranças de Edith S. - novembro de 2007.

Apo - Leonhard Pedde -1942

Agosto de 1942, navios brasileiros foram torpedeados. Brasil declarou Guerra a Alemanha. Porto Alegre e as demais capitais do Brasil viveram horas de total anarquia com tentativas de saques e destruição de estabelecimentos tradicionais do centro, cujos proprietários eram de origem alemã.
A Renner na Otávio Rocha foi atacada pela multidão, destruíram as vitrinas de cristal e entraram na loja. Apo - Leonhard Pedde - olhando da esquina da Otávio Rocha viu coisas inacreditáveis.
Sujeito tinha uma pilha de sapatos na sua frente - sapatos do mais fino couro "cromo alemão" - tomara de uma tesoura e cortava os sapatos. A pilha já estava grande, o sujeito suava as bicas e continuava cortando os sapatos.
História reproduzida por Ingo S. com base nas lembranças da estória contada pelo Apo.
Para saber mais: