Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde

Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde
Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde - 31/07/1957

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A Colônia do velho Rosenberg em Bolarke - Ucrânia















Europäischer Hecht im Exotarium im Zoo Frankfurt.
Lúcio (Hecht) - Esox lucius - no Exotarium Zoo de Frankfurt.




Informação de Olga Lenz Pedde - Agosto de 2007.

Existia um rio que passava nos fundos da colônia do avô Rosenberg.
Ele gostava de pescar no rio que contava em torno de cinco metros de largura.

Utilizava uma armadilha para pescar, que consistia em um cesto com funil comprido por onde o peixe entrava e não podia sair.

Ele pescava o Lúcio (Hecht) - Esox lucius -(1) e o Escalo (Golavl) - Leuciscus cephalus - (2) que é um peixe curto, segundo Olga.

Os Lúcios (Hechte) são muito bonitos.

Uma lagoa também existia na colônia onde eram criados peixes.

Na lagoa o avô tomava banho.

- Eu não! Disse Olga Lenz Pedde.

O avô de Olga Lenz tinha em torno de 30 Dessjatine (3) de terras.



Notas:

(1) Para ilustrações do peixe "Lúcio" veja http://filaman.uni-kiel.de/Photos/ThumbnailsSummary.cfm?ID=258
(2) Para ilustrações do peixe "Escalo" veja http://filaman.uni-kiel.de/Photos/ThumbnailsSummary.cfm?ID=4482


(3) Pelas fontes encontradas - Wikipédia - um Dessjatine tem 10925,3975m2 ou aproximadamente 1,1ha. O Dessjatine poderia ter até 4,552 ha. Logo, faltam dados para saber a real metragem da área do avô Rosenberg. Considerando, porem, a capacidade de trabalho e o número de animais da colônia é provável que a área de 33 ha esteja próxima do real.

In http://de.wikipedia.org/wiki/Alte_Ma%C3%9Fe_und_Gewichte_%28Russland%29

(4) Fotografia - Esox lucius - Hecht - com licença CC Flikr - Alguns direitos reservados. Autor Joachim S. Müller.

sábado, 25 de agosto de 2007

Estórias - Memória viva - III

O Harém - 1931 - Harbin - China
Apo - Leonhard Pedde
O senhor Chinês o mandara as compras. Foi. Devia comprar no elegante armazém.
Dinheiro contado. Conhecia Harbin. Foi ao mercado, comprou mercadoria melhor por preço mais baixo. Sobrou troco.
Voltou.
Queria entregar as compras. Entrou por porta proibida. Sala cheia de mulheres.
Crianças. Uma senhora gorda ao fundo.
Berros que não entendia. Uma pantufa voando. Autsch!
Correu para fora.
O senhor já vinha ao seu encontro. Sorria com o canto dos lábios.
Recebeu a mercadoria, examinou:
- Muito bom!
Apo:
- Eis o troco!
Senhor:
- Fique com ele! Não entre mais no meu Harém!!!

Prisioneiro de Guerra - 1917/1919

Adolf Lenz
O velho Adolf foi preso pelas forças Alemãs. Primeira Guerra Mundial. Enviado para a Alemanha permaneceu "in Gefangenschaft" até o final da Guerra. Voltou para a Ucrânia em 1919.
No período como prisioneiro de Guerra - trabalhou, curto período, na casa de "parentes" na Alemanha. Coisas que só aconteceram na família Lenz ... .
- Bom! O velho Lenz não gostou do tratamento que estava recebendo como prisioneiro e da alimentação. Soro de Leite com restos de batata. Alimentação que o estava levando a total "desidratação" e provavelmente o teria levado à morte.
Escreveu carta para administração militar dos prisioneiros de Guerra. Dias depois aparece um oficial e ordena:
- Adolf Lenz! Sofort mit Gepäck!!! (Adolfo Lenz - Imediatamente com pertences pessoais).
Foi transferido para outra casa, continuando seu período como prisioneiro de guerra.
A Amo - Olga (Lenz) Pedde, conta a estória dando ênfase ao " Adolf Lenz! Sofort mit Gepäck!" e enfatizando as "viscitudes" do prisioneiro de Guerra.
Por incrível que pareça o pai de Olga Lenz - Adolf Lenz - teve como seu guardião o tio Felske irmão de Justine Felske sua mãe.

Estórias - Memória viva II

"Não faz mal"

A visita quer entrar na casa da Amo - Olga (Lenz) Pedde. Porto Alegre 1934/1940.

- O Cachorro morde?

Responde a Amo:

- Não faz mal!!!

A visita pergunta outra vez:

- O cachorro morde?

A Amo:

- Não faz mal!!

Estórias - Memória viva I

Velho Aron - Ijuí - década de 80

O velho Aron Fridman era vendedor pracista.
Visitava o Apo - Leonhard Pedde - mensalmente no escritório da Loja.
Conversavam longamente sobre todos os assuntos.
Certa ocasião, estando o Erico Kommers, funcionário da empresa,
no escritório, entrou a Amo - Olga (Lenz) Pedde.
O Erico apresentou o Sr. Aron:
- Und das ist ... ( e começou a gaguejar) .
A Amo cumprimentou com aquele olhar tradicional.
O Sr. Aron cumprimentou e disse:
- Ja!, Ja! Ich bin der patrício eurer Gott!
- Sim! Sim! Eu sou o patrício do Deus de voces!!

O Erico Kommers ria de chorar!
E a Amo com aquela cara ....

Nota: Aron Friedman era judeu originário da Ucrânia

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Blondine Rosenberg - Tifo - 1920

Deutsch

Meine Tante Blondine Rosenberg, Sie wahr 21 Jahre, ist von Tifo gestorben, nach der Verschickung.

Das war ein Jammer. Krieg. Tifo, schrecklich!

In ganz Volinien war Tifo.

Português

A minha tia Blondine Rosenberg, ela contava 21 anos, quando faleceu em decorrência do Tifo, após o retorno da "Verchickung". (1)

Isto foi uma lástima. Guerra. Tifo. Terrível.

Em toda a Volinia (3) havia Tifo.(2)

Olga Lenz Pedde, informação passada em 22/08/2007.

Nota (1) : Não foi encontrado um termo que traduza a palavra "verschickung" com toda a sua força. O termo evacuação, não representa a tradução fidedigna para o desterro dos ucranianos alemães e poloneses que perderam suas propriedades, bens e direitos em várias ocasiões. No período 1914 até 1929 houve pelo menos duas ocasiões de "verschickung" na Ucrânia. Nos anos de 1931 e 1932 a política Soviética para a região transformou-se no que esta sendo chamado de "Holodomor" - genocídio pela fome - onde teriam falecido em torno de 3,5 milhões de pessoas pelos cálculos mais otimistas e de 7 a 10 milhões de pessoas segundo outros autores.

Mais tarde 1939-1945 a questão tomou, novamente, rumos catastróficos, tanto em razão da invasão das tropas alemãs, nazistas, como em razão do retorno das tropas soviéticas.

Nota (2): "As medidas higiênicas militares, hoje parte importante da disciplina de todos os exércitos, foram introduzidas pelos franceses em reação à mortalidade pelo Tifo. A obrigatoriedade de raspar a barba e cortar o cabelo rente foram medidas inicialmente introduzidas nos soldados de forma a erradicar os piolhos transportadores da infecção. Antes de se descobrir que a higiene e a limpeza das roupas reduziam as mortes por tifo, a higiene não era grande preocupação para os oficiais. Devido a estas medidas, durante a primeira guerra mundial na frente ocidental quase não houve mortes de Tifo, enquanto na frente oriental, após a quebra de autoridade que se seguiu à Revolução de Outubro na Rússia Czarista, três milhões de pessoas morreram da doença."

In http://pt.wikipedia.org/wiki/Tifo - pesquisa em 22/08/2007.

Nota (3): A respeito da atualmente denominada "Óblast Volyn" e dos alemães da Volinia busque subsídios em < http://de.wikipedia.org/wiki/Wolhyniendeutsche > . De forma mais específica, com detalhes, busque < http://www.kulturbruecke.kspu.ru/die_wolhyniendeutschen.htm > pesquisa em 23/08/2007.

O termo "óblast" significa província, divisão administrativa.

Os Judeus de Bolarke - Ucrânia (1914-1915)

Conta Olga Lenz Pedde(Amo) sobre a rotina e a população da vila
de Bolarke.

Os judeus contabilizavam uma população numerosa na Volinia. Na vila havia duas famílias de judeus.

Vizinha da casa dos Lenz era a família David Duwitzaf, cujas crianças chamavam Hanna e Ghennte - (duas filhas).

"Die Juden wahren Verkäufer". Os Judeus eram comerciantes.

Mais adiante, para o centro da Vila, morava a família Maier Hecht (Meyer Höcht?) com os filhos: Baba, Agil, Aron e Haicke (Cheike?).

Todas as crianças eram mais velhas que Olga Lenz que contava entre seis e sete anos, na época.

Entre os produtos vendidos no armazém dos Duwitzaf - "secos e molhados" - constava a querosene.

Os comerciantes judeus compravam, entre outros produtos, a manteiga que era revendida na pequena cidade de "Lachanufka" e na cidade de "Gitoma".

Informação passada em Agosto de 2007 por Olga
Lenz Pedde - 98 anos.

Trilhadeiras na Ucrânia - 1910/1929




Olga Lenz Pedde (Amo) descreveu o funcionamento das trilhadeiras com 8 cavalos. A máquina tinha dois setores formados pela “DreschKasten” (trilhadeira) e pelo “Rosswerg”, roda de força(?).
A roda de força era composta de dois barrotes (zwei balken) em cruz presos a um eixo. Nos barrotes eram amarrados os 8 cavalos. Dois a dois. Da força gerada no eixo – transmitida por correias era tocada a trilhadeira que ficava dentro do galpão.

Prisioneiros de Guerra - Volinia - Ucrânia

Bolarka - Volinia 1914/1915.

O soldado austríaco chegou até o Avô Rosenberg e perguntou:

- Is door fär mi Plootz? A mesma frase em alemão: - Ist da für mich Platz?

Dialeto - Plat Deutch - Existe lugar para mim?

Ao seu lado o Oficial Russo que conduzia os prisioneiros alemães.

O velho Rosenberg acomodou dezenas de soldados, prisioneiros, no galpão.

Um dos prisioneiros faleceu durante a noite. Foi enterrado pelo velho Rosenberg.

Na bela passagem contada. É de enfatizar que as regras da guerra foram fielmente cumpridas. Tanto é que o prisioneiro austríaco requereu as instalações "pedindo" para ocupar o galpão da colônia.

Na medida do possível o velho Rosenberg auxiliou a todos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Orenburg - 1915 -1919


O avô – August Rosenberg - estava atento a parada do trem que parara nas proximidades de Orenburg - Rússia. As autoridades russas tinham ordenado mais uma das “verschickung” (emigração forçada) acontecidas no período da Primeira Guerra Mundial.
O destino era a Sibéria. O pai de Olga Lenz - Adolf Lenz - estava na guerra, engajado nas tropas do Czar. Ouvidos os apitos de retomada da viagem e antes que o trem retomasse a marcha, no meio da noite, August jogou os poucos pertences da família para fora, e auxiliou a sua "tropa" a descer do trem. A família era composta naquela ocasião pela esposa Albertina, a filha Adoline e a neta Olga, o neto Jonathan, as filhas solteiras Blondine e Berta e o filho Herbert, a sobrinha de August Rosenberg, filha de sua irmã, Adine (Rünas) Netzel e as duas filhas desta Marta e Ema Netzel.
Logo o trem se afastava e a família ficava, solitária, na imensidão da estepe gelada Russa. August Rosenberg ordenou a todos que aguardassem o seu retorno e tomou o rumo da cidade de Orenburg.
Olga Lenz, 98 anos, lembra das horas em que ficou sentada sobre as malas esperando o Avô voltar. Logo o velho Rosenberg voltava com trenós conduzidos por cidadãos russos. Iniciava-se mais uma etapa das aventuras de Olga Lenz.

A passagem - 1930 - Ussuri


O sol apontava em suas primeiras luzes do dia. Março de 1930. Adolf Lenz, Adoline Lenz, Olga Lenz com a criança Klara Milke no colo, Jonathan Lenz e Reinhardt Lenz pararam a caminhada. Adolf queria agradecer a Deus por tê-los feito atravessar sãos e salvos o rio Ussuri. Ajoelharam-se e Adolf Lenz rezou por alguns minutos. Os outros já haviam desaparecido no bosque.
O chinês que os guiava desaparecera havia algumas horas. Apenas suas pegadas eram vistas na neve e por elas o grupo seguira.O experiente soldado do Tzar não notara a grossa camada de gelo sob seus pés.
Levantaram-se com forças revigoradas e seguiram sua caminhada em silêncio. Mais algumas horas e chegavam à pequena vila chinesa.
Os chineses os esperavam.Atônito um dos chineses contou a Adolf que este fizera uma parada, justamente no meio do rio Ussuri em plena linha de fronteira. Apenas um tiro da guarda fronteiriça Soviética teria matado a todos

domingo, 19 de agosto de 2007

Moinhos de Vento na Ucrânia

Depoimento de Olga Lenz Pedde ("Amo" ou também tia "Óla")
Informação passada em 3/08/2007

Segundo a Amo (Olga Lenz Pedde) na Vila (Dorf) de Ostrufka existiam dois Moinhos de Vento.
O primeiro mais afastado da Vila tinha como proprietário o Sr. Emil Polinski – um alemão de pequena estatura.

Já no centro da Vila havia um outro moinho de propriedade do Sr. Lawranski.
Os Moinhos tinham em torno de seis metros de altura e moíam o trigo também no inverno.

Existiam moinhos tocados de forma hidráulica, porém mais afastados da Vila. Segundo a Amo a família não utilizava os serviços destes moinhos de roda d'água.

Holodomor

Para saber mais
Assembléia Legislativa do Estado do Paraná aprova Moção de reconhecimento do Holomodor como Genocídio contra o povo ucraniano.

No dia 5 de Junho de 2007 a Assembléia Legislativa do Estado do Paraná aprovou moção, reconhecendo a fome artificial de 1932-33 provocada pelo regime Estalinista, que vitimou de sete a dez milhões de ucranianos, como genocídio contra o povo.

A Moção será encaminhada ao Presidente da República, ao Ministério das Relações Exteriores, à Presidência das Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Presidência da Comissão de Relações Exteriores do Senado, a Frente Parlamentar Brasil-Ucrânia para que o Congresso Nacional venha reconhecer o Holodomor como genocídio contra o povo ucraniano.

http://pt.wikipedia.org/wiki/A_posi%C3%A7%C3%A3o_da_comunidade_internacional_em_rela%C3%A7%C3%A3o_ao_Holodomor

sábado, 18 de agosto de 2007

Para saber mais - Iracema

Riqueza
Santa Catarina - SC
Histórico:
Em 1930 a companhia “Sul Brasil”, por intermédio do governo, fez as seguintes propostas aos interessados: cederia aos imigrantes ranchos de moradia já prontos para quando estes aqui chegassem; todos receberiam sua colônias de terras e iam pagando a longo prazo de três anos e, sem acréscimo de juro.
Assim, em 1930, chegou o primeiro navio trazendo uma leva de 80 famílias. Destas famílias 30 a 40 acamparam-se na Linha “Iracema” (recebe este nome devido ao rio Iracema que ali corre), onde estavam construídas pequenas choupanas, todas feitas de taquara. As famílias que ali se fixaram eram todas da religião Evangélica. As demais famílias dirigiram-se ao município de São Carlos. Estas eram Católicas.
Todos os meses chegavam mais levas de famílias que também se acampavam nas pequenas choupanas de taquara. Até o final tinham chegado 182 famílias onde permaneciam até ter escolhido a sua colônia de terra e, após ter construído sua rústica casa mudavam-se definitivamente para lá, cuidando e colhendo dos frutos que as terras do Brasil começavam a produzir.
Mas, a vida que os esperava não era nada fácil. Estavam em plena mata, sem estradas que pudessem conduzi-los aos seus paradeiros. Não possuíam animais de espécie alguma que pudessem auxiliar na lida braçal, tal como: lavrar as terras para o plantio, arrastar as toras das árvores que dariam as tábuas para suas casas.

Como não haviam serrarias na redondeza, as toras eram serradas com serrote manual que os colonizadores instalavam de uma maneira bastante primitiva, de maneira que ficasse em posição vertical. De cada lado um homem instalava-se da melhor maneira possível e com sua força brutal serravam toda a madeira para suas futuras casas e de seus familiares.
As ferramentas eram escassas, as mais usadas eram: enxada, foice, machado, picareta e outras (todas manuais). A maioria dos imigrantes trouxe consigo as devidas ferramentas. Os que não possuíam ferramentas, a companhia “Sul Brasil” cedia. As árvores, destinadas a serem serradas, eram amarradas fortemente em cordas ou cipós e puxadas por nove ou dez homens até o local onde seriam serradas. Os senhores Friedrich Hass e Julius Strassburg serraram à
mão madeira para quatorze casas para moradia, um moinho e uma uma cooperativa.

Em 1932, chegava ao Brasil outro grupo de famílias russas, as quais haviam se refugiado (...) na China, juntando-se aos primeiros desbravadores que já estavam instalados em Linha Iracema.
A vida era difícil, exigia muito dos desbravadores, estavam quase sem recursos e ao seu redor só avistaram mato. Nem todos suportaram tantas dificuldades; assim logo se deslocaram para outros lugares, já então, em melhores condições, tais como: Ijuí, Panambí, Monte Negro, Porto Alegre, entre outras.
Resumo de texto obtido em http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/santacatarina/riqueza.pdf
Nota: No texto constante na biblioteca eletrônica do IBGE é omitida a questão da ajuda humanitária originada da Igreja dos EUA. Da mesma forma, é omitida a questão dos desvios de verbas e o não cumprimento do contrato efetuado. Coisas do Brasil ...

A Longa Caminhada - Ussuri - A Travessia

A longa caminhada - Ussuri.

Atravessaram a fronteira Russa/Chinesa, nas proximidades de Dalnerechensk (Iman) (1) do lado Soviético e a vila de “Kolingian” (Chulinsian) do lado Chinês (2) .

A localidade situa-se na região de Vladivostok (430km). A travessia foi realizada pelas famílias Lenz (5 pessoas), Pedde (2 pessoas), Milke (3 pessoas) , todas de Volinien na atual Ucrânia. Data da travessia 02 de Março de 1930.

Os Milke, Adolf, Herta e Klara. Klara, criança de semanas foi carregada por Olga Lenz ao atravessar a fronteira.

A saga dos Golnick


Os Golnick iniciaram a travessia, porem por cansaço da esposa Linna tiveram que retornar. O cobertor de penas de Olga Lenz foi dado para a esposa do Sr. Golnick. Mais tarde, os Golnick conseguiram juntar-se ao Grupo ainda em Khulistisian.

Os Golnick eram aparentados com os Milke. Herta Milke era irmã de Adelina Golnick.
Olga Pedde – irmã de Leonhard Pedde - carregou criança de 5 meses dos Golnick (Arno?) durante a travessia.
Olga Pedde trabalhara na casa dos Golnick em Dobritz - Volinien - como “stuben mädchen” - “Magd” - algo semelhante a babá e por esta razão quando os Golnick resolveram fugir para a China foi convidada a ir junto.

Os irmãos Pedde.

A mãe de Olga Pedde - Augusta Pedde – impôs como condição de liberação, o acompanhamento do irmão Leonhard Pedde.
A travessia durou das 8 horas da noite até as 10 horas do dia seguinte quando alcançaram o vilarejo de Kolinjian।

A travessia.


Olga Lenz (Amo) calçou sapatos leves com meias sobre os sapatos (2), o que fez com que não tivesse qualquer problema nos pés.

No primeiro período de permanência em Chulinsjan (Kulingian) o grupo ficou em “estalagem”. Posteriormente alugaram pequena casa de um quarto onde permaneceram até a retomada de sua jornada.

O caminho para Harbin

Para seguir adiante o grupo de 13 pessoas (duas crianças de colo) adquiriu um cavalo. O cavalo teria sido comprado por Heinrich (nome de família). Carroça de duas rodas foi construída por Adolf Lenz em conjunto com Heinrich.

Nesta carroça foram transportadas as duas crianças de colo, Olga Pedde e Adolf Milke. Os dois adultos apresentavam sérios problemas nos pés. Milke já amputara os dedos do pé e Olga Pedde teve amputado o pé em Harbin. Tiveram ajuda do Sr. Heinrich que se juntara ao grupo com sua esposa.
O Sr. Adolf Milke foi ajudado por Leonhard Daniel Pedde (Apo) para fazer suas necessidades no período de convalescença. Olga Pedde fazia suas necessidades em urinol. A criança dos Golnick (Arno) faleceu em Harbin (não confirmado). A Sra. Linna Golnick faleceu em Harbin, vindo o Sr. Reinhardt Golnick a casar novamente com Alwine.
Olga Lenz Pedde conta que antes de falecer a Sra. Linna teria indicado três jovens ao Sr. Golnick, entre elas A Srta. Alwine, a própria Olga Lenz e Olga Pedde. Golnick não chegou a fazer qualquer proposta para Olga Lenz que já estava interessada em Leonhard Pedde.
Jonathan Lenz, irmão da Amo, foi mandado para Harbin por Adolf Lenz e presume-se tenha entrado em contato com o cônsul alemão em Harbin.

Jonathan Lenz

Jonathan foi acompanhado em seu deslocamento até Harbin por três jovens russo/alemães que posteriormente integraram a leva de 1932, porém, ficaram no Rio de Janeiro. Presume-se os nomes Keller e Hintz.
Heinrich e sua esposa permanceram na China. Pelo menos não constaram na leva de 1932 que veio para o Brasil.
Segundo dados compilados:
a) O grupo permaneceu 3 meses em Chulinstjan.
b) Olga Lenz escreveu para o Consulado Alemão em Harbin tendo como destinatário o “General Stobe”.
c) O grupo já estava se deslocando de Chulinstjan quando foi alcançado pelo emissário alemão, – um menonita chamado Jakob Neufeld que colocou todos em um ônibus e os levou os 100km restantes até Pogranisch – onde havia uma estação de trem. Por ferrovia alcançaram Harbin onde permanecereram até 1932.

Carta ao Consulado


Na questão referente a carta enviada ao Consulado Alemão por Olga Lenz e o envio de Jonathan Lenz (na época com 19 anos) para Harbin, afirmou a Amo – 28/07/2007 - que a carta já havia sido recebida pelo consulado e Jonathan ao chegar a Harbin falou com o Pastor Luterano "Kastler", que da mesma forma, já sabia da questão da imobilização dos dois enfermos. Jonathan, portanto, reforçou a necessidade de ajuda, que como já relatado foi enviada.

Reinhard Lenz

Conta a Amo - Olga Lenz Pedde - que o seu irmão Reinhard Lenz – nascido em 24/01/1920 - teve os dedos do pé congelados na travessia. A lembrar que Olga Pedde e Adolf Milke, também sofreram do mesmo problema.
Seguindo conselhos dos chineses da vila de Chilinsian os pés do menino foram banhados em água gelada. O resultado foi excelente, posto que ao contrário dos adultos o menino recuperou-se rapidamente.
Segundo a Amo o congelamento dos dedos dos adultos era mais avançado. No entanto, o seu irmão queixou-se de dores nos pés, por toda a vida.

Nota:

1) A respeito verifique <http://en.wikipedia.org/wiki/Dalnerechensk>.

2) Inobstante a busca não conseguimos localizar a vila até a presente data.

3) A Amo chama os sapatos de "Sandalen" o que seria literalmente traduzido como sandálias. Perguntada quanto ao tipo de calçado chegamos a conclusão de que se tratava de sapatos leves sem salto.

Breve História das Familías Rosenberg/Lenz/Pedde

As famílias Rosenberg/Lenz/Pedde

Pelas pesquisas realizadas até a presente data, sabe-se que as famílias emigraram da Áustria e Pomerânia por volta de 1860 localizando-se no território da atual Ucrânia.
Até o inicio da 1. Guerra Mundial havia paz e relativo progresso. É ponto de referência na Ucrânia, a região de Volinia ou Novograd Wolinsk_Bolarke.
Em 1914 Adolf Lenz – pai da Olga Lenz (Amo), Jonathan e Reinhardt Lenz - foi recrutado para servir o exército do Tzar.
Em 1915 crianças e mulheres e os que haviam ficado nas aldeias foram mandados para a Sibéria, em razão do avanço das tropas alemãs.
Em 1919 puderam voltar. Muitos haviam morrido. As famílias que voltaram não encontraram suas colônias e casas intactas. Tentaram reconstruir suas vidas em novas aldeias.
1919 – Adolf Lenz retorna da Guerra. Havia permanecido com prisioneiro de Guerra na Alemanha.
Era Mecânico especializado não tendo havido certeza na apuração de sua patente militar presumindo-se tenha sido sub-tenente no exército do Czar.
A família Lenz, na tentativa de evadir-se do Comunismo que avançava – resolveu emigrar para a região do Amur.
Da aldeia foram 6 famílias – 25 pessoas. Ficaram seis meses em Amur. No período chegaram mais emigrantes para a região do Amur. As prisões e perseguições aumentavam. Inúmeros colonos foram presos e nunca mais se soube deles.
Como tantos outros, o grupo dos Lenz resolveu fugir via China Continental.
Chegaram a Imam no dia 06/03/1930. A noite cruzaram o rio Ussuri, numa caminhada de 18 horas com neve até os joelhos. Havia a guarda russa na fronteira que atirava primeiro e perguntava “aos mortos qual o motivo de sua estada naquelas paragens”. Nesta caminhada quatro pessoas tiveram os pés congelados. Duas pessoas tiveram perda de artelhos. Sendo uma delas a avó do Daniel Netzlaff – retratado na revista “Veja” edição ( ?) - Sra. Olga Pedde Netzlaff.

Atravessando o rio Ussuri – o grupo chegou em Khulistsian_ China ficando nesta aldeia até 02/05/1930. Outras famílias juntaram-se aos Lenz. Olga Lenz, posteriormente Pedde remeteu carta ao Consulado Alemão em Harbin relatando a situação dos fugitivos de origem alemã. Em 02 de maio de 1930 as famílias da pequena leva de fugitivos iniciaram caminhada a pé que durou cinco dias ao encontro de transporte – ônibus – providenciado pelo Consulado Alemão. Com o veículo o grupo foi transportado 100 km adiante, até a estação ferroviária, onde foram embarcados para Harbin.
Em Harbin permaneceram durante dois anos trabalhando nas mais diversas funções. A “Amo” foi empregada doméstica. Leonhard Pedde “atuou” como cozinheiro e supervisor de compras de rico Senhor Chinês. As estórias atinentes dariam outro livro.
Passados dois anos, o Governo Alemão concedeu passaportes de viagem para os fugitivos.
Ajuda humanitária providenciou o translado de 400 pessoas para Chankai, onde a leva foi embarcada no navio de nome Portos com destino ao porto francês de Marselha. Posteriormente foram embarcados em Bordeus no navio Lipari com destino ao Rio de Janeiro. A chegada ao Brasil deu-se em 27.06.1932. A leva ficou alguns dias na Ilha das Flores sendo reembarcada com destino a Porto Alegre em outro navio de nome Pará no dia 06 de julho de 1932 . A chegada a Porto Alegre deu-se no dia 12 de julho de 1932 as 11 horas e quarenta e cinco minutos. Reembarcados em trem as 5 horas e quarenta e cinco minutos.

O trem partiu as 18 horas de Porto Alegre chegando em Santa Bárbara as 18 horas da tarde do dia 13 de Julho de 1932. A chegada em Iracema deu-se no dia 16 de Julho de 1932 as 13 horas.

Observação: Para quem estranhar o conhecimento da hora exata. Os dados estão compilados em diário de Adolf Lenz que está sendo transliterado e posteriomente deverá ser traduzido.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Olga Lenz Pedde

Olga Lenz Pedde – (Amo) - nascida no dia 22 de dezembro de 1908 na Volínia (“Wolhynien"), Ucrânia. Filha de Adolf Ludwig Lenz e Adoline Lenz, nascida Rosenberg. Juntamente com os pais e os irmãos Jonathan e Reinhard fez parte do grupo de refugiados de origem alemã/ucraniana - "Wolhyniendeutsche" - auxiliados pela missão "Bruder in Not" - "Irmãos em perigo" (livre tradução) liderada pela Missão Luterana em Harbin China e que fizeram parte do grupo de 400 imigrantes enviados para o Brasil conforme documento datado de 22 de abril de 1932. O nome da família consta nos documentos compilados pela "Lutheran World Commission (LWC) of New York City, USA" - Comitê Executivo da Convenção Mundial Luterana - mais tarde arquivados na "Evangelical Lutheran Church of America (ELCA, Chicago, Illinois)" de onde foi obtida cópia com direitos de © copyright 2001 a Virginia Less e John Movius. A lista consta publicada na Internet por especial deferência dos detentores dos direitos.
A leva de refugiados deixou Harbin no dia 02 de maio de 1932 embarcada no navio de nome Porthos aportando em Marcela (Marseille) França na data de 11 de Junho de 1932 । O grupo foi transportado via ferroviária para o porto de Bordeux – França onde embarcada no navio Lipari deixou o porto na data de 12 de junho de 1932 em direção ao Rio de Janeiro – Brasil.
A história dos refugiados é muito pouco divulgada no Brasil. Consta, que os mesmos estavam prestes a ser devolvidos para a União Soviética pelo Governo Chinês - com conseqüências imprevisíveis. Por interferência de pastor Luterano em Harbin - Pastor Kastler - iniciou-se um movimento que levantou fundos em prol dos refugiados com valores suficientes para fretar navios e adquirir área de terras no Brasil para duas levas de refugiados. Outras levas foram enviadas para os EUA, Canadá e Austrália. A iniciativa do Pastor Kastler e da LWC é uma das primeiras iniciativas com resultados proficuos no campo do direito internacional atinente a refugiados.
O caminho percorrido por cada uma das famílias de refugiados desde a Ucrânia até o Brasil seria motivo de vários romances tal a riqueza de estórias contadas.
A família Lenz (5 pessoas] em conjunto com os irmãos Olga Pedde e Leonhard Pedde fizeram parte da leva enviada para Santa Catarina - região do rio Iracema। Olga Lenz casou-se em Santa Catarina com Leonhard Pedde e Olga Pedde casou-se com Otto Netzlaff passando a denominar-se Olga Netzlaff।
As famílias Lenz, Pedde e Netzlaff desistiram da lide agrícola em Santa Catarina e transladaram-se para Porto Alegre onde foram empregados em empresas locais. Gradualmente mais e mais famílias foram deixando Iracema e retornando a Porto Alegre ou transladando-se para Curitiba -Paraná.
Os refugiados instalaram-se nas ruas Felicissimo de Azevedo, Koseritz, Marcelo Gama e São Pedro em Porto Alegre. Entre as famílias contavam-se os Janke, Bartz, Bohn, Busenius, Feld, Holz, Ickert, Schulz e Neumann, entre outras.
Os Pedde e os Lenz emigraram para Ijuí-RS em 1947 .
Os Netzlaff adquiriram colônia em Giruá-RS. Os seus descendentes são agricultores e comerciantes bem sucedidos na região de Santa Cruz de la Sierra - Bolívia e Taquarí - Mato Grosso - Brasil.
Leonhard Pedde (Apo), consolidou-se como moveleiro e foi durante muitos anos ativo integrante da Diretoria da Sociedade Ginástica de Ijui - RS e assíduo jogador de bolão, faleceu em 1993 em Porto Alegre. Olga Lenz Pedde foi integrante do coro da Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Ijuí, faleceu em 16/10/2013 com 104 anos de idade em Porto Alegre, seus descendentes residem em Ijuí, Porto Alegre, Rondonópolis MT e São Paulo.