quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Carcóvia (Kharkow,Charkiw) - 1919
O trem parou nas proximidades da cidade de Carcóvia na Ucrânia. Os desterrados alemães-ucranianos estavam voltando para a Volínia por ordem das autoridades soviéticas.
Alguns dos alemães-ucranianos resolveram fazer pão. No barranco da lateral da ferrovia cavaram um buraco na horizontal, posteriormente fizeram um buraco menor na vertical, sobre o barranco. Como resultado obtiveram um forno rudimentar com chaminé e tudo. Ali foi cozido o pão.
Enquanto isso, ouvia-se ao longe o troar dos canhões. Lutavam entre sí, as tropas revolucionárias russas ( brancos e bolcheviques -vermelhos).
Muitos dos desterrados correram para a mata. A família Rosenberg, no entanto, ficou nas proximidades do trem.
No retorno estavam presentes, a mãe Adoline Lenz, o irmão Jonathan, o avô August Rosenberg, a avó Albertina (Zielke) Rosenberg, a tia Berta (Rosenberg) Leich, o tio Leich, a tia Blondine Rosenberg, que faleceu em 1920, o tio Herbert Rosenberg, as crianças Marta e Ema Netzel.
A mãe das crianças Adine (Rünas) Netzel, falecera em Orenburg. Adine era a sobrinha do avô Rosenberg, filha de sua irmã.
Dado o sinal para a partida do trem todos correram e tomaram os seus lugares. Finalmente chegariam as suas cidades de origem.
Os "retornantes" tinham a esperança de recuperar as suas propriedades na Volínia.
Obs.
(a) - As crianças Marta e Ema Netzel ficaram com o tio avô August Rosenberg até que o pai das mesmas, o Sr. Netzel voltou da guerra.
A versão não foi confirmada até a presente data. Olga Lenz Pedde não lembra com certeza o destino das crianças.
(b) Olga Lenz Pedde não soube informar quais eram as tropas que estavam em luta no retorno para a Volinia. No entanto, existe certeza absoluta considerando a data do retorno 1919 e o local - Carcóvia - que as tropas que lutavam eram as do "exército branco" e as bolcheviques (vermelhas).
(c) Texto baseado em informações de Olga Lenz Pedde 26/09/2007.
Notas:
(1) Carcóvia foi palco de violentos combates, durante a 1a. Guerra Mundial entre alemães e russos e a partir de 1917 até 1920 entre as forças revolucionárias brancas e vermelhas (bolcheviques).
Mais tarde durante a 2a. Guerra Mundial Carcóvia foi conquistada e reconquistada pelos exércitos da Alemanha Nazista e da União Soviética.
(2) Carcóvia (em ucraniano, Kharkiv e em russo , Kharkov) é a segunda maior cidade da Ucrânia. Localiza-se no leste do país. Tem cerca de 1,5 milhão de habitantes (2005). Foi fundada pelos russos em 1656, sendo a capital da Ucrânia até 1934.
(3) Breve resumo histórico atinente a Carcóvia e a Primeira Guerra Mundial:
1917 - 7 de novembro -(25 de outubro no calendário juliano) - A revolução de outubro derruba o Governo provisório russo e toma o poder na Russia.
1918 - Em janeiro acontece na cidade de Carcóvia o primeiro Congresso Ucraniano Soviet, que proclama a Ucrânia como República Soviética e declara Carcóvia como sua capital.
1919 - 1. de janeiro. A proclamada em 25 de dezembro de 1918 - República Soviética Branca - é formada.
1919 - 16 de abril. As forças revolucionárias "vermelhas" vencem a batalha de Dachau, praticamente sem luta.
1919 - 28 de Junho. A Delegação alemã assina, sob protesto, o Tratado de Paz de Versailles, determinando o final da 1A. Guerra Mundial.
Para saber mais:
Leia o seguinte texto didático http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=520
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
O Primeiro Professor
Olga Lenz Pedde - Orenburg - Russia por volta de 1915
O professor Stübner foi meu primeiro professor. Ele ensinava também o russo.
De origem alemã, também fora deportado da Volínia.
Sua filha Erna sentava no mesmo banco escolar. Éramos muito amigas.
Certo dia não parávamos de rir. Olhávamos uma para outra e começávamos a rir.
O professor Stübner:
- Erna e Lenz, de pé e fiquem de costas uma para a outra!
Ficamos de pé por algum tempo. Quando nos virávamos para olhar, voltávamos a rir.
Ao final o professor mandou:
- Erna e Lenz, sentem-se!
Acabamos nos acalmando.
(Olga Lenz Pedde 24/09/2007).
A Porta
Chulinsian, China - 1930
O fogão aquecia a todos com seu calor . Carvão. Dormiam. Acordaram, mas não podiam mover-se, estavam paralisados. O gás acumulara-se no quarto fechado da cabana alugada ao bondoso chinês. Morte lenta, consciente. Desespero. Plam! Jonathan Lenz conseguira mover-se e dera um coice na porta, abrindo-a. Ar puro, vida nova. Ninguém morreu! Mais uma lição de vida!
Para saber mais
O monóxido de carbono (CO) é um gás muito tóxico, mas inodoro, incolor e insípido, que se mistura facilmente no ar ambiente de uma habitação, sem que as possíveis vítimas tenham consciência de estar expostas a uma atmosfera susceptível de provocar intoxicações e mesmo a morte. Pode levar à asfixia “sem aviso” em pessoas a que ele estejam expostas.
Frequentemente há um pequeno período de tempo antes dos sintomas aparecerem, sintomas que inibem a capacidade de procurar ajuda ou alcançar segurança. Assim, pode debilitar e matar repentinamente.
É produzido pela combustão incompleta de combustíveis como petróleo, gás natural, carvão e turfa. Assim, encontra-se em gases de combustão, tais como, os que produzem os automóveis e os caminhões, os motores pequenos de gasolina, fogões, lanternas, madeira e carvão queimados, fogões de gás e sistemas de calefacção.
O monóxido de carbono proveniente destas fontes pode acumular-se em espaços fechados ou semi-fechados. As pessoas e os animais que se encontram nesses espaços podem intoxicar-se se o respirarem.
http://www.adeslumbrante.com/vsite/inde
sábado, 22 de setembro de 2007
Acidente com Pá do Moinho de Vento - por volta de 1921
O filho de Julius Rosenberg tinha por volta de seis anos.
Estava brincando perto das pás do Moinho de Vento.
Foi atingido pela pá, na cabeça, vindo a falecer.
A Amo - Olga Lenz Pedde - foi ao enterro do primo.
Julius Rosenberg era casado com uma filha dos Beder(Böder) (Beder Tochter).
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Julius Rosenberg - 1912/1914
Fugiu de casa.
O pai de Julius - August Rosenberg - mandou prender o filho na fronteira Polonesa.
Como consequência Julius foi engajado nas tropas do Tzar e lutou na 1A. Guerra Mundial. Quando a família Rosenberg foi "deportada" da Ucrânia para a Sibéria - Julius estava na guerra. Como sabido o velho August aproveitou parada do trem nas proximidades de Orenburg nos Urais e saiu do trem com a sua família.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
O canivete vermelho
Na caixa um belo canivete vermelho. Pegou o canivete e levou-o para casa. Lá chegando deu-se conta da "arte" que aprontara. Mais do que depressa escondeu o canivete vermelho (provavelmente um canivete Suiço) por baixo da cama.
Dias depois a babá estava limpando o quarto quando encontrou o canivete vermelho.
Conta Olga Lenz Pedde que a sua mãe (Adoline Lenz) apenas lhe disse para levar o canivete a quem de Direito.
A volta para a casa do Avô foi um caminho extremamente penoso, afirmou Olga Lenz Pedde. Posto o objeto em seu lugar a volta foi uma corrida só.
Disse Olga Lenz Pedde que a lição da devolução do canivete, sem qualquer surra, foi uma lição para toda a vida.
Olga Lenz Pedde - julho de 2007
Fronteira Sino-soviética, 1930, março.
A chinesa tinha um saco cheio de pão.
Betteln-Brot! Pão de mendicância.
Compraram o pão!
A Senhora - Harbin 1930/1931
Sinônimo de elegância!
Chegou em casa esbaforida.
Contava dos tiros. Guerra urbana, em plena Harbin!
Se eu não tivesse dobrado a esquina a bala teria me atingido!!!
O Apo (Leonhard Pedde) ria de esborrachar-se no chão!!!!!
Pão para mendicância, Pão para dar
Geschrieben von Stefan am Dinstag, 23, Juli 2002
Merk es Dir, ergrauter Vater,
Sag’es auch dem Mütterlein:
Soll dein letzter Lebensabend,
Schön und ohne Sorgen sein,
Dann gib die erworb’nen Güter,
so früh nicht an die Kinder
absonst hast Du im Alter Sorgen,
Wer besitz, den wird man achten,
Kindesdank ist Seltenheit,
Brot zu betteln,
heisst verschmachten,
Brot zu geben,
Seligkeit!
Reproduzido de
http://www.poeten-treff.de/modules.php?name=News&file=article&sid=17
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Dignidade Humana
Pegadas na Areia
Uma noite eu tive um sonho...
Sonhei que estava andando na praia com o Senhor e através do céu, passavam cenas da minha vida.
Para cada cena que passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia: um era meu e o outro era do Senhor.
Quando a última cena passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso me aborreceu deveras e perguntei então ao Senhor:
- Senhor, Tu me disseste que, uma vez que resolvi te seguir, Tu andarias sempre comigo, em todo o caminho. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque nas horas em que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixaste sozinho.
O Senhor me respondeu:
- Meu querido filho. Jamais eu te deixaria nas horas de provas e de sofrimento. Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exatamente aí que eu te carreguei nos braços.
Do livro "Pegadas na areia" - Margareth Fishback Powers - Ed.Fundamento
Ilha das Flores - Rio de Janeiro - 1932
A leva de imigrantes ucranianos-alemães oriundos de Harbin-China havia desembarcado do navio Francês Lipari. Aguardavam o exame médico e o desembaraço na alfandega para seguir adiante com destino para Porto Alegre no navio Pará.
O alojamento da Ilha das Flores serviu feijão com charque. Iniciaram o almoço. Os imigrantes notaram algumas coisas boiando no feijão. Vermes!! (Maden) .
Havia um tonel para despejar os restos da alimentação. Um a um os imigrantes foram despejando o feijão no tonel.
O tonel acabou transbordando ...
Olga Lenz Pedde - agosto de 2007
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Aviões e Veículos - por volta do ano de 1927
Ví aviões pela primeira vez ainda na Volínia. Voavam alto.
Ônibus
Sim, eu andei de ônibus com meu pai. Em Gitoma. Era um carro grande. Foi no verão.
Sentamos em cadeiras. Eu tinha por volta de 18 anos.
Não sei a marca do veículo. Provavelmente era de fabricação russa.
Olga Lenz Pedde - Setembro de 2007.
O cavalo de Seu Domke - por volta de 1925
Tinha um cavalo (castrado) que era muito louco!
Pois bem, no inverno o bicho era obrigado a ficar em sua cocheira, preso.
A porta da cocheira era dividida. A parte de cima tinha uma pequena janela.
Já a parte de baixo era fechada.A janela ficava aberta.
Certa feita o bicho resolveu investir contra a porta e lascou a cabeça pela janela,
na vã tentativa de fugir por ela.
Como resultado o infeliz cavalo ficou entalado na abertura da janela.
A partir daí o pessoal da vila dizia:
- Esse cara tem idéias como as do cavalo do seu Domke!
- Der hat Ideen wie dem Domke sein Wallach!
Estória contada por Leonhard Pedde e reproduzido por Edith Söhngen em conjunto com Olga Lenz Pedde. Setembro de 2007.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Papa João Paulo II - Mensagem
POR OCASIÃO DO 60° ANIVERSÁRIO DOS "TRÁGICOS
ACONTECIMENTOS" DA VOLÍNIA NA UCRÂNIA
(...)
Caríssimos cidadãos pertencentes aos povos irmãos
da Ucrânia e da Polónia
1. Tomei conhecimento de que no próximo dia 11 de Julho, 60º aniversário dos trágicos acontecimentos da Volínia, cuja recordação ainda hoje está viva entre vós, filhos de duas Nações que me são muito caras, vai realizar-se uma comemoração oficial de reconciliação ucraniano-polaca.
No turbilhão do segundo conflito mundial, quando era mais urgente a exigência de solidariedade e de ajuda recíproca, a obscura acção do mal envenenou os corações e as armas fizeram correr o sangue inocente. Agora, à distância de sessenta anos daqueles tristes acontecimentos, vai-se consolidando na alma da maioria dos polacos e dos ucranianos a necessidade de um profundo exame de consciência. Sente-se a necessidade de uma reconciliação que permita contemplar o presente e o futuro com novos olhos. Esta disposição interior providencial impele-me a elevar ao Senhor sentimentos de gratidão, enquanto me uno espiritualmente a quantos recordam na oração todas as vítimas daqueles anos de violência.
O novo milénio, que começou há pouco tempo, exige que os ucranianos e os polacos não permaneçam prisioneiros das suas tristes memórias, mas, considerando os acontecimentos passados com um novo espírito, se vejam uns aos outros com olhos reconciliadores, comprometendo-se a edificar um futuro melhor para todos.
Assim como Deus nos perdoou a nós em Jesus Cristo, também é necessário que os fiéis saibam perdoar-se uns aos outros as ofensas recebidas e pedir perdão pelos próprios pecados, em ordem a contribuir para fomentar um mundo respeitador da vida e da justiça, na concórdia e na paz. Além disso, conscientes de que "Aquele que nada tinha a ver com o pecado, Deus fê-lo pecado por causa de nós" (2 Cor 5, 21), os cristãos são chamados a reconhecer os desvios do passado para poderem despertar as suas consciências diante dos compromissos do presente, abrindo a alma a uma conversão autêntica e duradoura.
2. Durante o Grande Jubileu do Ano 2000 a Igreja, num contexto solene e com a clarividente consciência daquilo que aconteceu no passado, perante o mundo, pediu perdão pelos pecados dos seus filhos, perdoando ao mesmo tempo quantos a ofenderam de várias maneiras. Desta forma, desejava purificar a memória das tristes vicissitudes, de todos os sentimentos de rancor e de vingança, para recomeçar animada e confiante na obra de edificação da civilização do amor.
Ela propõe esta mesma atitude também à sociedade civil, exortando todos a uma reconciliação sincera, consciente de que não existe justiça sem perdão, e de que a colaboração seria frágil sem uma abertura recíproca. Isto é ainda mais urgente, se se considera a necessidade de educar as jovens gerações a enfrentarem o futuro, não sob os condicionalismos de uma história de desconfianças, de preconceitos e de violências, mas no espírito de uma memória reconciliada.
A Polónia e a Ucrânia, terras que desde há muitos séculos conheceram o anúncio do Evangelho e ofereceram inúmeros testemunhos de santidade num elevado número dos seus filhos, neste início de milénio desejam consolidar os seus relacionamentos de amizade, libertando-se das amarguras do passado e abrindo-se às relações fraternais, iluminadas pelo amor de Cristo.
3. Enquanto manifesto a minha satisfação pelo facto de que as comunidades cristãs se fizeram promotoras desta comemoração, com vista a contribuir para cicatrizar e curar as feridas do passado, encorajo os dois povos irmãos a perseverarem com constância na promoção da colaboração e da paz.
Ao transmitir a minha cordial saudação a todo o Episcopado, ao Clero e aos fiéis destas Nações, dirijo um respeitoso pensamento aos Presidentes e às respectivas Autoridades civis e, através deles, aos povos polaco e ucraniano, sempre presentes no meu coração e nas minhas orações, com os bons votos de um progresso constante na concórdia e também na paz. Acompanho estes votos com uma particular Bênção apostólica que, de bom grado, concedo a todos aqueles que se associarem às celebrações programadas.
Vaticano, 7 de Julho de 2003.
Reproduzido de http://www.vatican.net/holy_father/john_paul_ii/speeches/2003/july/documents/hf_jp-ii_spe_20030710_ukraine-poland_po.html
Primeiro emprego em Porto Alegre - 1933
Olga Lenz Pedde (Amo), logo que veio para Porto Alegre, "fugindo" de Iracema - Santa Catarina, foi trabalhar junto com a sua amiga Elsa Bartz na empresa de "Herbert Mueller".
A divisão em que a Amo trabalhou era de esmaltaria e pintura final.
Nota. Existem fotografias do acervo do Apo e da Amo retratando o período.
Leonhard Pedde (Apo) logo no inicio do período em Porto Alegre, trabalhou no porto como carregador de sacos. O seu método de carregar o saco sobre o ombro acarretou uma melhor produtividade o que evidentemente acabou por criar problemas na estiva.
Por interferência de Olga Lenz Pedde junto ao mestre da esmaltaria Leonhard Pedde foi trabalhar também no estabelecimento fabril de "Herbert Müller".
A mestre da esmaltaria - Herr Müller, (mesmo nome do dono da empresa, mas não era a mesma pessoa) estava prestes a aposentar-se. O interesse do Apo logo despertou confiança e após alguns acertos na preparação do esmalte, (com base em detalhes que lhe haviam sidos passados por seu amigo, Arthur Würch, que trabalhara em esmaltaria em Harbin - China) - foi Leonhard guindado a mestre da sessão. O emprego perdurou por aproximadamente 10 anos.
Nota A empresa de ¨Herbert Müller¨ - Zivi, Kluwe, Mueller & Cia Ltda. - passou a ter a denominação de Zivi & Cia Ltda. com a saída dos sócios Kluwe e Mueler. Mais tarde a empresa seria incorporada pelo Grupo Eberle de Caxias do Sul.
Zivi, Kluwe, Mueller & Cia Ltda.
A profissão de afiador de facas - onde o profissional
Jonathan e Otto tiveram a sorte de serem despedidos
com graves problemas pulmonares (calcificação pulmonar).
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
O Assassinato do Dirigente Kuhn - 1929/1930
O Sr. Gustav Kuhn era o melhor Dirigente de Bandas de Fanfarras da Volínia, segundo Olga Lenz Pedde.
Era mais jovem do que Adolf Lenz.
Sabia as notas como ninguém. Organizava bandas de fanfarras na Volínia.
Tocava clarinete e sabia tocar os demais instrumentos de sopro.
Muitas vezes toda a comunidade cantava em conjunto com a banda.
O Sr. Kuhn era ativo em todas as vilas como Ostrufka, Grünental e Heimtal.
Em Heimtal havia um grande Igreja.
O Sr. Kuhn tinha cinco filhos:
Erna Kuhn, mais nova que Olga Lenz;
Herta Kuhn, com a mesma idade que Olga Lenz;
Arno Kuhn, um menino com 9/10 de idade;
e finalmente duas crianças que contavam cinco ou seis anos.
O Sr. Kuhn e seu filho foram assassinados pelos bolcheviques. Assim foi contado em Harbin.
Esposa e filhas sobreviveram e fugiram para a China Continental. Posteriormente emigraram para os EUA.
Olga Lenz Pedde, informação passada em agosto de 2007
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
O Hino dos Desterrados de Volinia - 1915
Das Wolhynierlied aus der Verbannung 1915
Canção "The Carnival is over" composta por Tom Springfield segue a melodia de "Wolga Wolga". É magistralmente apresentada pela vocalista Judith Durham.(1)
Der hier wiedergegebene Text könnte die Originalfassung des Wolhynierliedes sein. Es soll 1915 in der Vertreibung in Sibirien entstanden sein. Der Text wird dem Kantor Gustav Frieske aus Wladyslawówka zugeschrieben. Das Lied wurde nach der russischen Melodie "Wolga, Wolga, matj rodnaja" gesungen.
Livre Tradução
O hino dos Alemães da Volinia, na redação de 1915.
O texto aqui transcrito poderia ser a versão original do hino da Volínia. Ele teria surgido no desterro (verschikung) na Sibéria. O texto é dado como de autoria de Kantor Gustav Frieske de Wladyslawówka. A canção era cantada segundo a melodia russa "Wolga, Wolga, matj rodnaja".
Observação: Olga Lenz Pedde diz ter guardado a transcrição de uma versão do hino. A estrofe cantada de memória por ela é levemente diferente da versão agora transcrita, encontrada em "site" relativo aus WolhynienDeutsche. Segundo a "Amo" a canção cantada por ela era de autoria de uma parente dos Bartz. Paul Bartz - já falecido - falava da inteligência de uma sua parente que teria criado a canção.
Como visto a questão é polêmica.
Na versão da Amo (Olga Lenz Pedde):
"Aus Wolhynien sind gezogen
die verjagten ohne zahl,
keiner ging den Weg auf Rosen,
alle waren sie jetzt gleich"
Wolhynierlied
Aus Wolhynien sind vertrieben
alle Deutschen arm und reich,
keiner ging den Weg auf Rosen,
alle waren sie jetzt gleich.
(Da Volinia foram enchotados
todos os alemães, pobres e ricos,
ninguém seguia o caminho sobre rosas,
todos eram agora iguais. )
Sonntag früh, am fünften Juli, gerade zu der Erntezeit,mussten weg die Vielgeplagten, alle, arm' und reiche Leut'!
(Domingo pela manhã, no 15 de Julho, logo na época da colheita tiveram que sair os flagelados, todos, pobres e ricos!)
Angespannt und schwer beladen stand der Wagen vor der Tür,manche Sachen, oh wie schade, blieben hier noch liegen mir.
(Atrelado e carregado estava o carro à porta, muitas coisas, Oh que pena, ficaram aqui.)
Vorwärts ging's durch Sturm und Wetter, auf Befehl der Obrigkeit,keiner fand jetzt einen Retter, der ihn aus der Not befreit.
(Para diante por tormentas e tempo ruim, por ordem da autoridade, ninguem tinha agora um salvador que o poderia socorrer e libertar. )
So ging's vorwärts durch die Wälder, über Hügel, Berg und Tal,über Felder und durch Städte und durch Dörfer ohne Zahl.
(Assim seguiam adiante por matas, montes, montanhas e vales, sobre campos e cidades por vilas sem fim. )
Auf den Strömen statt mit Dampfern fuhren wir in einem Kahn,und auf Wegen mancher Arten, dann zuletzt per Eisenbahn.
(Sobre os rios, em vez de vapores, usávamos canoas, e por caminhos de todos os tipos, ao final por ferrovia. )
Auf dem langen Trübsalswege kam der Tod, hielt gleichen Schritt,kleine Kinder, alte Leute, Jugendblüte nahm er mit.
(Ao longo do caminho de atribulações veio a morte, mantendo igual passo, crianças pequenas, velhos, e jovens ela levava.)
Es ist gar nicht zu beschreiben diese große Trübsalszeit. Jeden drückten schwere Sorgen. Ach, wann endet doch das Leid?
(Sequer é possível descrever esta época de atribulações. A cada um preocupações pesadas o afligiam. Quando termina o nosso martírio? )
Endlich ist der Tag gekommen, da wir in Sibirien hierfreundlich wurden aufgenommen, fanden Wohnung, Nachtquartier.
(Finalmente veio o dia, em que fomos recebidos na Sibéria, encontramos Casa e abrigo noturno. )
Haben hier bei russ'schen Leuten Obdach für die Winterzeit.So sorgt Gott in schweren Zeiten, ihm sei Dank in Ewigkeit!
(Recebemos aqui abrigo do povo russo para a passagem do inverno. Assim proveu Deus nos tempos difíceis, a ele agradecemos eternamente.)
Was vergangen und geschehen, hat ein jeder schon gefühlt,aber wie's uns noch wird gehen, ist uns allen hier verhüllt.
(O que aconteceu cada um já sentiu, mas o que ainda nos acontecerá é de nós desconhecido. )
Doch das eine ist uns sicher, daß es geht nach Gottes Rat. Er ist ja der rechte Richter, der noch nie gefehlet hat.
(Uma coisa nos é certa, que tudo anda por vontade de Deus. Ele é o Juiz correto, que jamais errou.)
Er wird ja die Seinen schützen in der großen Trübsalszeit:sollten gleich die Berge stürzen und uns droh'n die Ewigkeit.
(Ele irá proteger os seus nas grandes atribulações: venham a soçobrar as montanhas e a eternidade a nos intimidar.)
Das hat Gott vor allen Zeiten jedem Gläub'gen kundgetanund er will auch uns bereiten ein gelobtes Kanaan.
(Que Deus em todos os tempos esclareceu a cada cristão , ele também quer nos oferecer a elogiada Kanaan.)
Drum getrost in trüben Stunden, geht's auch gleich durch schweres Leid,denn darinnen hat gefunden mancher seine Seligkeit.
(Assim , sem receio, nas piores horas, mesmo que por sofrimentos corporais, encontraram muitos a sua fé )
Gott führt zwar auch seine Kinder oft in großes Herzeleid,damit doch ein jeder Sünder denke an die Ewigkeit.
(Deus conduz os seus filhos por vezes por grande sofrimentos, para que cada pecador pense na Eternidade.)
Fonte original: "Wolhynische Hefte" 4.Folge, S. 98/99
1. Nota: A melodia da canção "Wolga, Wolga" foi aproveitada na canção "The Carnival is over" composta por Tom Springfield e magistralmente apresentada pela vocalista australiana Judith Durham (Durham, 1943). No caso acima trata-se de apresentação dos "The Seekers" em concerto Londrino datado de 07 de julho de 1968.
Para saber mais procure no You Tube - "The Carnival is over" - The Seekers.
Sobre os "The Seekers" leia em -<http://www.alohacriticon.com/alohapoprock/article278.html>
Pesquisa datada de 16/01/2009.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Os cachorros de August Rosenberg - Ostrufka - Volínia - 1910/1914
O nome já esqueci. Em Ostrufka.
Eu tinha seis, sete anos de idade.
Meu avô sempre tinha um cachorro. Sim, havia um "Niedel, um "Wächter" (Guardião), um "Pandel", um "Drohlich" e também um "Wasser" (Água). Também houve um "Canarich" , este era um cachorro grande.
Os cachorros tinham uma cabana(bude) e no inverno recebiam palha. Eles sempre estavam no pátio.
Niedel era um cachorro vira-lata, sempre estava andando de colônia em colônia, não tinha lugar fixo.
Minha mãe também tinha um cachorro quando morávamos em Ostrufka.
Não sei o que aconteceu com os cachorros após a "verschikung" (desterro).
Olga Lenz Pedde - 04/09/2007.
sábado, 1 de setembro de 2007
O Professor Rudolf Rohlehder
Comunidade em Ostrufka - Wolhynien - Volinia - Ucrânia
O meu segundo professor foi Rudolf Rohlehder, era filho de judeus convertidos para o cristianismo, com origem na Áustria.
Emigrou para os EUA antes da "verschickung" (desterro).
Todos os irmãos casaram com moças cristãs. Rudolf casou com Marta Heminger.
Olga Lenz Pedde - agosto de 2007
As Traquinagens de Jacob Rosenberg
Gustav Rosenberg tinha um irmão mais novo que era o terror da família. Vivia aprontando.
Certa feita junto com grupo de amigos resolveu complicar os moradores da Vila de Ostrufka na Wolhynia. Pegaram todos os trenós e empurraram para cima dos telhados das casas.
Pela manhã, quando os colonos procuraram seus trenós para atrelar os cavalos, tinha acontecido um milagre do tipo Papai Noel!!!
Todos os trenós estavam sobre os telhados das casas.
As investigações acabaram por "incriminar" o traquinas Jacob Rosenberg. Como resultado, o velho Gustav ordenou ao seu irmão recolocasse os trenós no lugar. Jacob acabou pagando "o mico" sozinho.
O Órgão
Disse Olga Lenz - agosto de 2007:
- Eu mesma ví o fato. Sobre o nosso órgão os bolcheviques estavam cortando lenha. No pátio da casa que fora do meu avô Gustav Rosenberg. Isso aconteceu no retorno da "verschikung" (desterro) quando fomos ver a casa e as terras que deixáramos por ordem do Governo. Estiveramos em Orenburg durante cinco anos e o avô tinha esperança de recuperar a colônia de Ostrufka.
O Órgão tinha sido um presente dado pelo meu Avô Ludwig Lenz para o meu pai -Adolf Lenz.
Antes da verschikung o pai - Adolf - já havia vendido a casa que tinhamos em Ostrufka. A minha avó Justine (Felske) Lenz que emigrara para os EUA nos mandara passagens de navio. Nós estavamos preparando os papeis de emigração quando veio a ordem de "verschikung". Como a casa já havia sido vendida tinhamos transportado o Órgão para a casa do avô Gustav Rosenberg que ficava próxima. Por esta razão o Órgão acabou servindo de base para cortar lenha!!!