segunda-feira, 21 de julho de 2008
Olga Lenz Pedde e Leonhard Daniel Pedde
Olga Lenz Pedde – Amo – (1) nascida no dia 22 de dezembro de 1908 em “Volinien”, (Volhynia) Ucrânia. Filha de Adolf Ludwig Lenz e Adoline Lenz, nascida Rosenberg. Juntamente com os pais e os irmãos Jonathan e Reinhard fez parte do grupo de refugiados de origem alemão-ucraniana - "Volinien Deutsche" - auxiliados pela missão "Bruder in Not" - "Irmãos em perigo" liderada pela Missão Luterana em Harbin China e que fizeram parte do grupo de 400 imigrantes enviados para o Brasil conforme documento datado de 22 de abril de 1932. O nome da família consta nos documentos compilados pela "Lutheran World Commission (LWC) of New York City, USA" - Comitê Executivo da Convenção Mundial Luterana - mais tarde arquivados na "Evangelical Lutheran Church of America (ELCA, Chicago, Illinois)" de onde foi obtida cópia com direitos de © copyright 2001 a Virginia Less e John Movius. (2)
A leva de refugiados deixou Harbin no dia 02 de maio de 1932 embarcada no navio de nome Portos (Forthos) aportando em Marcela (Marseille) França na data de 11 de Junho de 1932. O grupo foi transportado via ferroviária para o porto de Bordeaux – França onde embarcada no navio Lipari deixou o porto na data de 12 de junho de 1932 em direção ao Rio de Janeiro – Brasil.
A história dos refugiados é muito pouco divulgada no Brasil. Consta que os mesmos estavam prestes a ser devolvidos para a União Soviética pelo Governo Chinês - com conseqüências imprevisíveis.(3) Por interferência de pastor Luterano em Harbin - Pastor Kastler - iniciou-se um movimento que levantou fundos em prol dos refugiados com valores suficientes para fretar navios e adquirir área de terras no Brasil para duas levas de refugiados. Outras levas foram enviadas para os EUA, Canadá e Austrália. A iniciativa do Pastor Kastler e da LWC é uma das primeiras iniciativas com resultados profícuos no campo do direito internacional atinente a refugiados.
O caminho percorrido por cada uma das famílias de refugiados desde a Ucrânia até o Brasil seria motivo de vários romances tal a riqueza de estórias contadas.A família Lenz (cinco pessoas) em conjunto com Olga Pedde e Leonhard Pedde fizeram parte da leva enviada para Santa Catarina - região do rio Iracema. Olga Lenz casou-se em Santa Catarina com Leonhard Pedde e Olga Pedde casou-se com Otto Netzlaff passando a denominar-se Olga Netzlaff.
As famílias Lenz, Pedde e Netzlaff desistiram da lide agrícola em Santa Catarina e transladaram-se para Porto Alegre onde foram empregados em empresas locais. Gradualmente mais e mais famílias foram deixando Iracema e retornando a Porto Alegre ou transladando-se para Curitiba-Paraná.
Os refugiados instalaram-se nas ruas Felicíssimo de Azevedo, Koseritz, Marcelo Gama e São Pedro em Porto Alegre. Entre as famílias contavam-se os Bartz, Bohn, Busenius, Feld, Holz, Ickert, Schulz e Neumann, entre outras.
Os Pedde e os Lenz emigraram para IJUÍ-RS em 1947. Os Netzlaff adquiriram colônia em GIRUÁ-RS. Os seus descendentes são agricultores e comerciantes na região de Santa Cruz de la Sierra - Bolívia e Taquari - Mato Grosso - Brasil.
Leonhard Pedde – Apo -, consolidou-se como moveleiro e foi durante muitos anos ativo integrante da Diretoria da Sociedade Ginástica de Ijuí - RS e assíduo jogador de bolão, faleceu em 1993 em Porto Alegre. Olga Lenz Pedde foi integrante do coro da Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Ijuí, têm 99 anos de idade, seus descendentes residem em Ijuí, Porto Alegre, Rondonópolis, Mato Grosso e São Paulo.
Notas:
1. O apelido “Amo” e “Apo” surgiu da inversão do termo “Oma” e “Opa” que em alemão significa “Avó” e “Avô”.
2. Alfred Janke detém cópia da lista original. A lista compilada e publicada pela pesquisadora norte-americana Virginia Less não tem as informações constantes no documento arquivado por Alfred Janke. Notóriamente a lista compilada pela Senhora Less desapareceu do endereço em que constava tendo sido republicada pelo sistema Google Doc's pelo redator do presente Blog.
3. Texto da pesquisadora norte americana Virginia Less retrata o drama político da questão dos refugiados ucranianos em Harbin.
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