Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde

Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde
Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde - 31/07/1957

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

LUSOFONIA





Oi queridos, compartilho ai com vocês mais um momento "China". A Festa da Lusofonia de Macau. Meu terno e caloroso abraço a todos. Amo vocês!

Elizabeth Dehnhardt da Silva Kieling,  Shenzhen-China. 




LUSOFONIA

 

           Há onze anos acontece em Macau a Festa da Lusofonia. O objetivo é reunir todos os países de língua portuguesa, hoje, no mundo. Guiné Bissau, Cabo Verde, Angola, Porto Príncipe, Moçambique, Timor Leste, Macau...são exemplos de como a presença portuguesa conseguiu fazer sua história, transformando esses ambientes, de forma a deixar sua marca tão característica, sensível não apenas na língua, mas também através de sua inserção nos hábitos e costumes locais. Uma das características da colonização portuguesa foi o da pouca intervenção nas culturas locais, permitindo aos povos dominados seguirem seus cultos e tradições. O Brasil é um exemplo vivo d isso. Nas senzalas os negros faziam suas festas, incrementavam sua culinária, adaptando-as as condições e recursos locais. Somos o resultado dessa fusão. O artesanato, a arquitetura, a música, todos apresentam-se, também, como um resultado dessa miscigenação. Andando pelos espaços destinados aos diversos países é sensível perceber a força dessa união de raças. A alegria é a tônica. Os risos misturam-se aos batuques e fados. Os cheiros impregnam o ar. Na “barraca” do Brasil a fila da caipirinha mostra a concorrência desleal. Uma  mistura  realmente mágica. O ritmo do samba e da capoeira, por uns instantes, nos faz esquecer que estamos do outro lado do mundo. No microfone as chamadas para a festa são em português e chinês. A partir de 1999, com o acordo assumido pelo governo chinês à incorporação de Macau a China, a festa passou a designar-se de “Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa”. No espaço destinado à China, mãos habilidosas e ágeis fazem recortes com dobraduras de papel (“flor de janela”), uma arte milenar que o português incorporou ao adornar prateleiras e armários, babadinhos... Mais adiante um tecelão angolano mostra sua arte num tear manual. Um grupo do Cabo Verde reúne-se a declamar poesias em língua crioula (chamada de “pidgin”, processo pelo qual culturas de línguas diferentes, multilíngüe, criam um dialeto próprio, língua natural) resultado da língua nativa africana com o português de Portugal. Entre os passantes, surge como que por encanto, uma típica noiva portuguesa, diferente da noiva tradicional, ostenta um vestido preto, adornado por muitas correntes douradas, “Noiva do Minho”. Logo atrás vem um homem negro num lindo traje africano, roupão longo com rica e colorida estampa. Aproxima-se um rapaz chinês com cabelo em estilo “rastafari”, capoeirista, morador de Hong Kong. O mundo tornou-se muito pequeno ali. É fascinante como após tantos anos de conquistas, dominações, batalhas e guerras, unem-se os diferentes numa alegre festa. Seria esse o destino do homem, misturar-se tanto até formar um só? Ou essas festas são apenas um momento mítico a mascarar a dor da segregação e da distancia cultural que persiste entre os povos?  Seria possível um dia, vivermos realmente, nessa perfeita harmonia? “Mundofonia” é disso que precisamos.

Elizabeth Dehnhardt da Silva Kieling
Historiadora formada pela ULBRA –
Universidade Luterana do Brasil- Canoas – RGS
Residindo atualmente na China ( Shenzhen), escreve um livro sobre Macau.

Matéria enviada pela autora em 10/11/2008.

E-mail autora: bethkieling@hotmail.com



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