Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde

Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde
Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde - 31/07/1957

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Família Janke - Década de 20 - Volínia - Ucrânia

Conta Alfred Janke.
Em 1928 meus pais quiseram emigrar para o Canadá, mas não conseguiram o visto
Outros parentes já tinham ido para o Canadá e também para a Argentina.
A razão de nossa saída era que as autoridades soviéticas determinaram que cada colono entregasse um percentual de toda produção ao governo.
O pior era que bandos a cavalo (bolcheviques), que se diziam do governo, chegavam, levando animais, cavalos, bois, aves, etc... e não havia como protestar.
Compilado de carta enviada por Alfred Janke a Virginia Less em 2002.
Cópia enviada por sua filha Ilka Janke, Dezembro de 2007.

Harbin - China - 1931 - Adolf Lenz e Leonhard Pedde

Harbin. Limpeza de fossa. Escada. Homens na escada. O último é o Adolf Lenz.
Leonhard Daniel Pedde esta no lado de fora. Gás. Tonteira. Caiu um. Daniel vê os fatos acontecendo. Segura o velho Adolf. Puxa-o para fora, desmaiado. Os outros. Não houve tempo. Faleceram! No acidente faleceram os Kronberg - pai e filho e o Sr. Stibner. Todos eram zeladores do alojamento fornecido pela Igreja Luterana em Harbin para os refugiados russo-ucranianos.
Estória completada com base em informações de Alfred Janke - "Carta a Virginia Less" - datada de 2002. Cópia fornecida por Ilka Janke por especial deferência de seu pai, Dezembro de 2007.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Alfred Janke - 1930 - Harbin - China

A família Janke chegou em Harbin em Agosto de 1930 (por confirmar).
Os Golnick ( Reinhardt e Herbert) e os Würch (Ludwig), do qual os Janke tiveram notícias, ainda na Ucrânia, haviam chegado antes.
Logo na chegada, ainda com valores suficientes, foi alugada casa em conjunto com os Golnick. Mais tarde, exauridos os fundos procuraram ajuda junto a comunidade Luterana em Harbin (Pastor Kastler) e o Consulado Alemão que proporcionaram alojamento coletivo, na rua "Madigo". Os zeladores designados eram os Kronberg (pai e filho) e o Sr. Stibner.
Como professor para os filhos dos refugiados foi designado Reinhard Holz.
Mais tarde, tendo aumentado o número de refugiados, foi criado segundo alojamento e designada a professora Berta Neumann, mãe de Nicolai e Adelina Neumann.
Compilado de carta enviada por Alfred Janke a Virginia Less em 2002. Cópia enviada por sua filha Ilka Janke, dezembro de 2007.

August Janke - Volínia - Ucrânia - Década de 20

August Janke, tio de Alfred Janke, tentou ajudar judeu vendedor pracista.
Foi preso pelos Bolcheviques e deportado para a Sibéria.
Nunca mais houve noticias do mesmo.
Compilado de carta enviada por Alfred Janke a Virginia Less em 2002. Cópia enviada por sua filha Ilka Janke, dezembro de 2007.

Alfred Janke - 1929 - A Fuga

Alfred Janke, o terceiro filho de Eduard e Ida Janke, nascida Würch, natural de Neumanufka, Volínia, Ucrânia, empreendeu a longa saga desde a União Soviética até o Brasil, em conjunto com a sua família.
Conta Alfred Janke, em pequeno resumo de sua vida, que seu tio Karl Janke, seu pai Eduard em conjunto com Albert Bauer, resolveram fugir da União Soviética, via China Continental.
O pai Eduard era professor e detinha o direito de viajar pelo território da União Soviética com o objetivo de alfabetizar colonos russos adultos. As aulas deveriam ser ministradas no período noturno.
Deslocaram-se, de início em carroças até "Pulin" onde tomaram trem passando pelo rio Amur. De vila em vila, de cidade em cidade, chegaram até a fronteira russo-chinesa, demarcada pelo rio Ussuri, que foi ultrapassado de barco. No outro lado da fronteira, duas carroças já contratadas transportaram os fugitivos, apenas durante a noite, até a estação de trem mais próxima. De trem chegaram até Harbin.
Compilado de carta enviada por Alfred Janke a Virginia Less em 2002. Cópia enviada por sua filha Ilka Janke, Dezembro de 2007.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Emília (Mila) Kolmetz - Harbin - 1930/1932

Olga Lenz - Amo - trabalhou como doméstica com várias famílias em Harbin no período 1930/1932. De suas lembranças consta o nome de uma família - "Kolmetz". O Sr. Kolmetz era de origem alemã enquanto a esposa era russa. Trabalhava na área contábil de empresa em Harbin. A filha do casal - Emília - apelidada de "Mila" - falava perfeitamente o alemão e o russo. Tinha nove anos na época em que a Amo serviu em sua casa - teria em torno de 85 anos hoje. "Mila" frequentava escola russa em Harbin. A residência dos Kolmetz ficava em um prédio semelhante a um atual prédio de apartamentos, porem com saída independente para cada família. Amo trabalhou três meses a serviço da família.

Apos a saída da China. Nunca mais teve notícias da família ou de Emília.

Estória com base em relato de Olga Lenz Pedde - Amo - em 6/12/2007.

Harbin - China - 1932

Apo - Leonhard Pedde - passeava por Harbin.
Repentinamente deparou-se com patrulha militar que trazia prisioneiro Chinês amarrado.
Por ordem do Oficial em comando o prisioneiro foi colocado contra uma parede e imediatamente formado pelotão de fuzilamento. Uma ordem, uma sequência de disparos e o cérebro do prisioneiro espalhava-se por todos os lados.
A execução sumária deu-se propositalmente em frente a pequeno grupo de curiosos que se formara.
Estória reproduzida por Edith S. - Novembro de 2007 - com base nas lembranças do testemunho de seu pai Leonhard Pedde.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O Rádio Schaub

Paul Bartz comprou um Rádio Schaub. Orgulho da turma. Logo após, não sem sacrifícios, Leonhard Pedde comprou também um radio Schaub. Pelo que foi relatado existiam na época apenas cinco rádios do tipo em Porto Alegre. 1941/1942. E, evidentemente, o esporte noturno consistia em ouvir o tal rádio.
Declarada a Guerra entre o Brasil e a Alemanha, passou a existir restrição legal quanto a ouvir rádios e os rádio-ouvintes colocavam no mais baixo som possível.
A turma de ouvintes na casa do Apo(Leonhard Pedde) eram (normalmente) o velho Adolf Lenz, Leonhard Pedde, Otto Netzlaff e Adoline Lenz. Em ocasiões especiais a turma aumentava... Otto Netzlaff era o geógrafo da turma. Estava sempre olhando no atlas e confirmando os relatos radiofônicos.
Adoline Lenz ficava tricotando enquanto ouvia. Edith S. ficava ao lado da avó, aprendendo a tricotar.
Daquela época ainda restam duas cadeiras.
Relato com base em declarações de Edith S. - Outubro de 2007.

Ema Rosenberg Nätzel (Jobs)

Ema, tia de Olga Lenz Pedde casou-se com o Sr. Nätzel, ainda na Volinia antes de 1914.
Ficou viúva quando já tinha três filhos, Otto, Alma e um terceiro não identificado até a presente data.
Casou-se novamente com Adolf Jobs que também era viúvo e tinha filhos.
Por ocasião da "verschikung" (desterro) 1914/1915 foram enviados para a Sibéria e nunca mais se ouviu falar da família.
Informação passada por Olga Lenz Pedde - outubro/novembro 2007.
Nota: Para saber mais leia as pequenas histórias publicadas nos meses de Setembro e Outubro no presente Blog.

Harbin - China - Colonialismo

China - Harbin - 1931/1932.
Apo, Leonhard Pedde, andando na calçada. Rua sem calçamento, terra.
Chinês andando na rua, desviou de local com barro e subiu na calçada. Inglês que vinha atrás, ficou enfurecido com a "ousadia" do cidadão que resolvera andar pela calçada e chutou-lhe o traseiro com tamanha força que este foi ao chão, não sem urros de dor.
Tamanhas humilhações eram normais na Harbin colonial dos anos 30.
Estória reproduzida por Edith S. - Novembro de 2007 - que a ouviu várias vezes de seu pai Leonhard Pedde.
Nota:
A respeito de Harbin e a criação do Nacionalismo - http://chinaperspectives.revues.org/document651.html

Blackout 1942/1945 - Porto Alegre

Porto Alegre - rua Carlos Von Koseritz Os Pedde e os Lenz moravam próximos. Ordem de blackout total na cidade. Ninguém podia ligar a luz ou sequer ter velas na janela. O pessoal - fechava as janelas com cobertas e tratava de fazer passar o tempo jogando cartas. Eventualmente as crianças desavisadas deixavam uma porta aberta.
A reação dos vizinhos era imediata: - O "quinta coluna", desliga a luz!!!!
As estórias do blackout demonstram a paranóia que grassava entre as autoridades que se irradiava para a população. Supunham a iminência de um ataque "inimigo" ....
Estória com base nas lembranças de Edith S. - novembro de 2007.

Apo - Leonhard Pedde -1942

Agosto de 1942, navios brasileiros foram torpedeados. Brasil declarou Guerra a Alemanha. Porto Alegre e as demais capitais do Brasil viveram horas de total anarquia com tentativas de saques e destruição de estabelecimentos tradicionais do centro, cujos proprietários eram de origem alemã.
A Renner na Otávio Rocha foi atacada pela multidão, destruíram as vitrinas de cristal e entraram na loja. Apo - Leonhard Pedde - olhando da esquina da Otávio Rocha viu coisas inacreditáveis.
Sujeito tinha uma pilha de sapatos na sua frente - sapatos do mais fino couro "cromo alemão" - tomara de uma tesoura e cortava os sapatos. A pilha já estava grande, o sujeito suava as bicas e continuava cortando os sapatos.
História reproduzida por Ingo S. com base nas lembranças da estória contada pelo Apo.
Para saber mais:

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Batatas - 1919

Eu tinha onze anos de idade. Isto foi após o retorno de Orenburg, União Soviética. Em Ostrufka, Volínia, na atual Ucrânia.

Nós fomos colher as batatas. Minha mãe, minha tia e eu, entre outros.

Tínhamos que escavar as batatas com enxada, colher com as mãos e colocar em cestos. As batatas pequenas eram para os porcos, as grandes eram guardadas para alimentação.

Eu era muito fraca. Não conseguia acompanhar a minha tia e a minha mãe que cavavam e colhiam duas carreiras ao mesmo tempo. Eu cavava uma, mesmo assim era demais. Durante a noite fiquei com febre, em razão do esforço.

Nós haviamos voltado da Verschickung (desterro). Isto foi por volta de outubro/novembro de 1919. Outono em Ostrufka. Nas terras que pertenceram ao meu avô.

Os russos haviam ocupado as terras a as instalações da colônia. O meu avô fez um contrato de colheita com eles.

Para cada linha (furche) de batatas colhidas, os colhedores tinham direito a um cesto de 20/30kg de batatas. As linhas tinham em torno de 100 metros de comprimento.

Os russos nos deixaram colher e conseguimos batatas para sobreviver ao inverno. O meu avô, posteriormente, encontrou uma área em Grüntal que não havia sido ocupada pelos russos. A casa nos serviu de residência até a volta do meu pai - Adolf Lenz - ao findar do ano de 1919.

O avô August Rosenberg, ficou em Grüntal até a volta dos verdadeiros proprietários, quando fixou residência em outra colônia localizada em Olefsk. Onde permaneceu até o seu falecimento por volta de 1930.

Como já contado nos saímos da Volínia em 1929.

Olga Lenz Pedde - setembro de 2007.

sábado, 13 de outubro de 2007

Adolf Lenz - 1919 - O retorno à vida civil

Ao findar do ano de 1919 Adolf Lenz foi libertado na Alemanha e voltou para a Ucrânia.
Ao chegar em Neumanufka na Volínia foi obrigado a caminhar 30km a pé, até Grüntal. Como consequência, incharam-lhe os pés.
Em Grüntal, a vila onde os Lenz e os Rosenberg estavam morando, as crianças Olga e Jonathan Lenz não o reconheceram. Estivera seis anos afastado da família.
Olga Lenz tinha 11 anos em 1919 e lhe foi ordenado lavar os pés do pai. Lembrança que mantém até a data atual. Afirma que envergonhou-se sobremaneira do ato.
Relembrando o retorno do pai, Olga Lenz Pedde suspirou e disse:
- Não foi bonito. Foi uma tragédia. Milhares de crianças não viram mais o pai. Nós tivemos sorte!
- Minha mãe recebia no periodo de Guerra uma pensão militar do governo russo. "Jalivania" era o nome russo.
Adolf Lenz, imediatamente, retomou suas atividades civis. Alugou dependência de casa em Grüntal onde sua família foi acomodada. Construiu uma pequena fundição. Passou também a consertar relógios.
Conta Olga Lenz que o seu pai, trabalhou apenas quatro meses em uma fundição, como aprendiz. No entanto, era um exímio mestre fundidor, ferreiro, artesão, construtor de instrumentos musicais e inclusive relojoeiro!!! Constam no acervo da família vários instrumentos contruídos por Adolf Lenz já no Brasil, desde alicates até pequenas chaves de fenda.
Antes do início da 1a. guerra a família tinha encaminhado os papéis para emigrar para os Estados Unidos onde já se encontrava a mãe de Adolf Lenz. Haviam, inclusivo, vendido a casa em Bolarke.
Segundo historiadores, um terço dos alemães da Volínia sucumbiram nos confins da Síbéria no periodo da "verschikung" - 1915/1919.
Nos anos seguintes os bolcheviques procuravam bens e valores nas casas dos colonos. Inobstante a existência de relatos de atrocidades e assassinatos, neste periodo - 1919/1929 - , o núcleo da família Lenz/Rosenberg não sofreu qualquer violência física. No entanto, Blondine Rosenberg faleceu vitimada pelo tifo em 1920. Tios, tias e primos de Olga Lenz Pedde desapareceram na Sibéria. Fatos que serão relatados em outros episódios.
Considerando a longa saga da família, é quase um milagre que o núcleo familiar dos Lenz nada tenha sofrido. É como se estivessem sempre protegidos. Talvez a profunda religiosidade os tenha amparado.
Certa ocasião Adolf Lenz estava com 16 relógios guardados sobre a mesa, em uma pequena caixa que fizera. Todos os relógios tinham-lhe sido entregues para reparo. E, então vieram os bolcheviques e revistaram toda a casa. No entanto, após minuciosa busca em todas as dependências da casa, não enxergaram a caixa que estava sobre a mesa da sala!!!!
- Das wahr ein Leben! (Isto foi uma vida!)
Baseado em relato de Olga Lenz Pedde em setembro de 2007.

Adolf Lenz - Prisioneiro de Guerra - 1917/1919

Na segunda casa em que Adolf Lenz permaneceu como prisioneiro de guerra na Alemanha.

Como já contado, Adolf Lenz fora soldado russo tendo sido feito prisioneiro de guerra pelas forças da Alemanha. Remetido para a Alemanha, em seu periodo inicial como prisioneiro de Guerra teve sérios problemas de alimentação, quando sob a custódia de seu próprio tio, irmão de sua mãe - o Sr. Felske (a Amo não lembra o primeiro nome).

Os Felske tinham dois filhos que estavam na Guerra, engajados como soldados alemães. A eles a Sra. Felske remetia assados de porco, pelo Correio!

Como Adolf Lenz estava sucumbindo, em razão da alimentação, escreveu uma carta para o órgão encarregado dos prisioneiros de Guerra, recebendo imediata resposta e encaminhado para outro local.

O segundo periodo, como prisioneiro de guerra, deu-se em área rural do interior da Alemanha. Existe uma fotografia do periodo, em que Adolf Lenz aparece com dois outros prisioneiros de guerra.

No segundo local o proprietário, responsável pela custódia, tratava bem os prisioneiros, dando-lhes assados de pombas (Dufkes - Täubchens) que na verdade eram gralhas!!!

Dizia Adolf que as gralhas eram bem saborosas ...

Aonde a proprietária e guardiã dos prisioneiros pegava as gralhas é uma incógnita. Presume-se que montava armadilhas.

Considerando as agruras pelas quais o povo alemão passava em virtude da Guerra, as soluções criativas no tocante ao assado de gralhas não pode ser censurado!

Relatado por Olga Lenz Pedde em setembro de 2007.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

A "wilde Jagd" (caça selvagem)

Volínia, divisão administrativa da atual Ucrânia.

Alto inverno, noite tardia, neve espessa e gelo.

E lá vinha Jacob Rosenberg. Era o irmão de August Rosenberg. Caminhava de uma vila vizinha e ia para casa. Já estava casado na época.

Jacob ouviu ao longe o tropel de cavalos, latidos de cães e o som de cornetas de caça.

O barulho avançava de forma rápida. Jacob Rosenberg correu a abrigar-se em celeiro, ficando de costas contra a parede. O barulho ficou ensurdecedor e algo o comprimiu contra a parede. Uma sombra passou por Jacob. E, repentinamente tudo cessou. Jacob, acalmados os nervos, foi para sua casa que estava próxima.

Jacob sempre fora um cético que não acreditava em tais "coisas". Mesmo assim, testemunhou tal fenômeno, denominado "Die wilde jagd" (alemão) ou "wild hunt"(inglês) .

A estória fora recontada há muitos anos por Adoline Lenz sobrinha de Jacob Rosenberg e mãe de Olga Lenz Pedde.

Para saber mais consulte a literatura especializada atinente às lendas e o folclore do Centro-norte Europeu ou os seguintes "sites"

1) http://de.wikipedia.org/wiki/Wilde_Jagd (em alemão) ;

2) http://en.wikipedia.org/wiki/Wild_Hunt (em inglês) ;

3) http://www.vinland.org/heathen/mt/wildhunt.html (em inglês).

Notas:
1) A lenda, folclore ou fenômeno parapsicológico, apresenta semelhanças em todas as culturas regionais europeias, desde a Espanha até os Urais.
2) O compositor Franz Lizt deu a uma de suas composições - Transcendental Etude No. 8 (Liszt) - o nome de "Wilde Jagd" - a respeito http://en.wikipedia.org/wiki/Transcendental_Etude_No._8_%28Liszt%29 e http://en.wikipedia.org/wiki/Transcendental_Studies . Para ouvir procure o endereço You Tube http://youtube.com/watch?v=XQrbH8u_JI8

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Balada de um Soldado

Balada de un Soldado

baseado no cancioneiro Espanhol "Madre anoche en las trincheras" da autoria de um anônimo.

Autora Mafalda Veiga - fonte: http://paginas.fe.up.pt/~fsilva/mafalda/letras/Balada_de_un_Soldado_eng.htm

Madre, anoche en las trincheras
Entre el fuego y la metralla
Vi un enemigo correr
La noche estaba cerada,
La apunté con mi fusil
Y al tiempo que disparaba
Una luz iluminó
El rostro que yo mataba
Clavó su mirada en mi
Con sus ojos ya vacios

Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras

Hoy el fuego era verdad
Y mi amigo ya se entierra
Madre, yo quiero morir
Estoy harto de esta guerra
Y si vuelvo a escribir
Talvez lo haga del cielo
Donde encontraré a José
Y jugaremos de nuevo

Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José

Balada de um Soldado

tradução para o português

Mãe, ontem à noite nas trincheiras,
Entre o fogo e a metralha
Vi um inimigo correr
A noite estava cerrada,
Eu apontei com meu fuzil
E quando que eu disparava
Uma luz iluminou
O rosto que eu matava
Pregou seu olhar em mim
Com os olhos já vazios

Mãe, sabes quem matei?
Aquele soldado de inimigo
era meu amigo o José
companheiro da escola
com que tanto eu brinquei
aos soldados e trincheiras

Hoje o fogo era verdade
E meu amigo já é enterrado
Mãe, eu quero morrer
Eu estou farto desta guerra
E se eu voltar a escrever
Talvez o faça do Céu
Onde encontrarei o José
E brincaremos novamente

Mãe, sabes quem matei?
Aquele soldado de inimigo
era meu amigo o José
companheiro da escola
com que tanto eu brinquei
a os soldados e trincheiras

Mãe, sabes quem matei?
Aquele soldado de inimigo
era meu amigo o José

Balada de un Soldado / Ballad of a Soldier

tradução para inglês / english translation

Mother, last night in the trenches
Between the fire and the grapeshot
I saw a foe
running
The night was black,
I aimed with my rifle
And at the time that I shot
A light illuminated
The face that I killed
It nailed its look in me
With the eyes already holows

Mother, do you know who I killed?
That enemy soldier
was my friend José
a school mate
the one who so much I played with
about soldiers and trenches

Today the fire was real
And my friend is already buried
Mother, I want to die
I am fed up with this war
And if I write again
Maybe i do it from Heaven
Where I will find José
And we will play again

Mother, do you know who I killed?
That enemy soldier
was my friend José
a school mate
the one who so much I played with
about soldiers and trenches

Mother, do you know who killed?
That soldier enemy
was my friend José

domingo, 7 de outubro de 2007

As cegonhas





1913/1914 - Ucrânia, Volínia, Bolarke

Meu avô, - August Rosenberg - tinha no telhado do celeiro em Bolarke sempre uma família de cegonhas nidificando.
O ninho era bem grande.
Elas voltavam ano após ano, com suas penas brancas e pretas. Não desciam no terreiro onde estavam os cachorros.
Ovos eram postos e chocados. E aí eu via as cegonhas pequenas sendo tratadas pelo casal adulto!
Buscavam comida no rio onde permaneciam grande parte do tempo.
As cegonhas adultas eram do tamanho de um ganso, tinham pernas compridas.
Era muito bonito quando os bandos de cegonhas chegavam na primavera. E, também, quando os bandos juntavam no outono para irem embora.
Voavam em bandos, eram muitas.

Nós brincávamos cantando esta canção:

Storch, Storch,
Klapper Schnabel
mit der langen Offengabel,
Flüge jetzt über Bäckers Haus,
Bring uns gleich
drei Wecken raus,
Mir eine, dir eine,
nur dem Bösen Lorenz Keine!

Livre tradução:



Cegonha, Cegonha,
Bico batedor
com o grande garfo de fogão,
Voe agora sobre a casa do padeiro,
Traga três pãezinhos,
Um para mim, um para ti,
Apenas para o mau Lorenz, nenhum!

Olga Lenz Pedde 05/10/2007

Cegonhas

Cegonhas - Ponta da Erva - Lisboa - Portugal - 2007 - crédito FxLopes - Flikr - http://www.flickr.com/photos/65979597@N00/1327843749/

Licença CC - Creative Commons - http://creativecommons.org/licenses/by-nc/2.0/deed.pt Vedada a utilização comercial. Permitida a divulgação desde que preservada a autora.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O Lobo Curioso



Volínia, Ucrânia, por volta de 1872.





O meu avô August Rosenberg contou.



Era inverno cerrado, Volínia, Ucrânia. Os lobos uivavam.



A família Rosenberg morava em cabana de barro.



Então, um lobo olhou pela janela da cabana!



Fotografia: Public-Domain-Bild (alt) (Wikipédia)

Olga Lenz Pedde 04/10/2007.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Holocausto Ucraniano é lembrado no Congresso Nacional

As vitimas do genocídio cometido contra a população da Ucrânia, foram lembradas, no Congresso Nacional.Consta aprovada, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, um requerimento de moção que reconhece como genocídio as atrocidades cometidas na Ucrânia. A moção segue agora para o Governo Federal para o devido registro do reconhecimento.O “Holodomor”, também conhecido como “Grande fome da Ucrânia”, ocorreu durante os anos de 1932 e 1933, durante o governo de Stalin, e estima-se que neste período, milhões de pessoas tenham sido deliberadamente levadas à morte pela fome.O reconhecimento como genocídio ou crime contra a humanidade já foi oficializado nos seguintes países: Estados Unidos, Canadá, Estônia, Argentina, Austrália, Itália, Hungria, Lituânia, Geórgia e Polônia.

Fonte:http://pt.wikinews.org/wiki/Holocausto_Ucraniano_%C3%A9_lembrado_no_Congresso_Nacional - Wikinews.

Para saber mais. Busque em:

1) http://pt.wikipedia.org/wiki/Holodomor

2) http://pt.wikipedia.org/wiki/A_posi%C3%A7%C3%A3o_da_comunidade_internacional_em_rela%C3%A7%C3%A3o_ao_Holodomor

Estas Pedras

O e-book - "Diese Steine" - escrito com esmero, retrata a crua e trágica realidade dos Menonitas na Ucrânia (692 páginas, suporte "PDF"). De suas páginas exala o cheiro da morte, das injustiças e das atrocidades que fizeram sucumbir milhares de cidadãos ucranianos de descendência centro e norte-européia. O próprio título aponta o testemunho das ruínas que ainda existem na Ucrânia e que retratam um período de pujança econômico/agrícola destruído e jamais substituído. Em alemão.

"Diese Steine: Die Russlandmennoniten." Adina Reger and Delbert Plett. Steinbach: Crossway Publications, 2001" in https://www.plettfoundation.org/publications/diese-steine-die-russlandmennoniten/

Para saber mais:

1) Procure as páginas de referência em http://pt.wikipedia.org/wiki/Menonitas .

2) A respeito dos menonitas na Bolívia leia pequena estória em http://www.watchtower.org/t/20050901/article_01.htm .

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

O acidente no carroção de colheita

Bolarke, Wolhynien 1913/1914

Sim, nós estávamos em um carroção de colheita(Leiterwagen e também Erntewagen). Minha mãe segurava o Jonathan no colo, estava sentada no canto da tábua e apoiava-se também em caibro da lateral e eu estava ao seu lado sentada sobre uma tábua atravessada no carroção. Meu pai e o condutor estavam na frente. Não lembro se estavam de pé. Lembro que estavam alegres e provavelmente haviam bebido um pouco.

Um carroção de colheita era uma carroça grande e comprida onde se atrelavam dois ou mais cavalos. Era totalmente aberto, composto por um esqueleto de caibros nas laterais e um taboão onde tais caibros eram presos, e também os eixos das rodas. O carro visto de perfil tinha a forma de um "V". O condutor trabalhava de pé apoiado sobre o taboão ou sentado em cima de uma tábua atravessada, apoiada nos caibros horizontais das laterais.

Isto foi no ano em que meu pai foi convocado para a Guerra. Eu tinha em torno de cinco anos, no máximo seis anos.

E, então a tábua em que eu estava sentada quebrou.

Minha mãe conseguiu segurar-me pelos cabelos enquanto gritava para que parassem os cavalos.

Quando o carroção parou, a minha mãe soltou-me e eu caí sobre a terra.

Lembro até hoje o susto que passei e o medo das rodas do carroção.

Olga Lenz Pedde - 02/10/2007.

A fotografia é o que mais próximo foi encontrado em fotografias públicas, para ilustrar o pequeno conto a respeito do Carroção de Colheita ou Leiterwagen. Fotografia identificada como pública no "Flikr", denominada "Christina's Wagon", tem a seguinte descrição:

"Andrew Wyeth popularized this field, near Olson House in Cushing, Maine, USA with his painting, "Christina's World." Seen during a trip to Maine, July 19-27, 2007. " In http://www.flickr.com/photos/mudder_bbc/1082946234/
Nota: A história atinente ao quadro "Cristina´s World", vale a pena ser pesquisada.
O carroção americano é diferente do carroção da Volínia, posto que o carroção da Ucrânia tinha apenas uma tábua de aproximadamente 45 cm formando a estrutura inferior.

Para saber mais:

(1) Procure folhear um belo livro em suporte "PDF" denominado "Diese Steine" . Na página 255 - canto inferior direito - do E-Book, encontra-se a exata reprodução de um "Leiterwagen" da Volínia. In http://www.plettfoundation.org/Books/DieseSteine/230-483.pdf

(2) A descrição - em alemão - de "Leiterwagen" é encontrada na Wikipédia - http://de.wikipedia.org/w/index.php?title=Leiterwagen&oldid=30899508

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Carcóvia (Kharkow,Charkiw) - 1919

O trem parou nas proximidades da cidade de Carcóvia na Ucrânia. Os desterrados alemães-ucranianos estavam voltando para a Volínia por ordem das autoridades soviéticas.

Alguns dos alemães-ucranianos resolveram fazer pão. No barranco da lateral da ferrovia cavaram um buraco na horizontal, posteriormente fizeram um buraco menor na vertical, sobre o barranco. Como resultado obtiveram um forno rudimentar com chaminé e tudo. Ali foi cozido o pão.

Enquanto isso, ouvia-se ao longe o troar dos canhões. Lutavam entre sí, as tropas revolucionárias russas ( brancos e bolcheviques -vermelhos).

Muitos dos desterrados correram para a mata. A família Rosenberg, no entanto, ficou nas proximidades do trem.

No retorno estavam presentes, a mãe Adoline Lenz, o irmão Jonathan, o avô August Rosenberg, a avó Albertina (Zielke) Rosenberg, a tia Berta (Rosenberg) Leich, o tio Leich, a tia Blondine Rosenberg, que faleceu em 1920, o tio Herbert Rosenberg, as crianças Marta e Ema Netzel.

A mãe das crianças Adine (Rünas) Netzel, falecera em Orenburg. Adine era a sobrinha do avô Rosenberg, filha de sua irmã.

Dado o sinal para a partida do trem todos correram e tomaram os seus lugares. Finalmente chegariam as suas cidades de origem.

Os "retornantes" tinham a esperança de recuperar as suas propriedades na Volínia.

Obs.

(a) - As crianças Marta e Ema Netzel ficaram com o tio avô August Rosenberg até que o pai das mesmas, o Sr. Netzel voltou da guerra.

A versão não foi confirmada até a presente data. Olga Lenz Pedde não lembra com certeza o destino das crianças.

(b) Olga Lenz Pedde não soube informar quais eram as tropas que estavam em luta no retorno para a Volinia. No entanto, existe certeza absoluta considerando a data do retorno 1919 e o local - Carcóvia - que as tropas que lutavam eram as do "exército branco" e as bolcheviques (vermelhas).

(c) Texto baseado em informações de Olga Lenz Pedde 26/09/2007.

Notas:

(1) Carcóvia foi palco de violentos combates, durante a 1a. Guerra Mundial entre alemães e russos e a partir de 1917 até 1920 entre as forças revolucionárias brancas e vermelhas (bolcheviques).

Mais tarde durante a 2a. Guerra Mundial Carcóvia foi conquistada e reconquistada pelos exércitos da Alemanha Nazista e da União Soviética.

(2) Carcóvia (em ucraniano, Kharkiv e em russo , Kharkov) é a segunda maior cidade da Ucrânia. Localiza-se no leste do país. Tem cerca de 1,5 milhão de habitantes (2005). Foi fundada pelos russos em 1656, sendo a capital da Ucrânia até 1934.

(3) Breve resumo histórico atinente a Carcóvia e a Primeira Guerra Mundial:

1917 - 7 de novembro -(25 de outubro no calendário juliano) - A revolução de outubro derruba o Governo provisório russo e toma o poder na Russia.

1918 - Em janeiro acontece na cidade de Carcóvia o primeiro Congresso Ucraniano Soviet, que proclama a Ucrânia como República Soviética e declara Carcóvia como sua capital.

1919 - 1. de janeiro. A proclamada em 25 de dezembro de 1918 - República Soviética Branca - é formada.

1919 - 16 de abril. As forças revolucionárias "vermelhas" vencem a batalha de Dachau, praticamente sem luta.

1919 - 28 de Junho. A Delegação alemã assina, sob protesto, o Tratado de Paz de Versailles, determinando o final da 1A. Guerra Mundial.

Para saber mais:

Leia o seguinte texto didático http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=520

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O Primeiro Professor

Olga Lenz Pedde - Orenburg - Russia por volta de 1915

O professor Stübner foi meu primeiro professor. Ele ensinava também o russo.

De origem alemã, também fora deportado da Volínia.

Sua filha Erna sentava no mesmo banco escolar. Éramos muito amigas.

Certo dia não parávamos de rir. Olhávamos uma para outra e começávamos a rir.

O professor Stübner:

- Erna e Lenz, de pé e fiquem de costas uma para a outra!

Ficamos de pé por algum tempo. Quando nos virávamos para olhar, voltávamos a rir.

Ao final o professor mandou:

- Erna e Lenz, sentem-se!

Acabamos nos acalmando.

(Olga Lenz Pedde 24/09/2007).

Iracema - SC - 1932

Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde

A cama
Recém casados. Cama de taquara. Cadê a Olga? Escorregou por entre as taquaras! Estava no chão!!

A Porta

Chulinsian, China - 1930

Monóxido de carbono

O fogão aquecia a todos com seu calor . Carvão. Dormiam. Acordaram, mas não podiam mover-se, estavam paralisados. O gás acumulara-se no quarto fechado da cabana alugada ao bondoso chinês. Morte lenta, consciente. Desespero. Plam! Jonathan Lenz conseguira mover-se e dera um coice na porta, abrindo-a. Ar puro, vida nova. Ninguém morreu! Mais uma lição de vida!

Para saber mais

Intoxicação por monóxido de carbono
O monóxido de carbono (CO) é um gás muito tóxico, mas inodoro, incolor e insípido, que se mistura facilmente no ar ambiente de uma habitação, sem que as possíveis vítimas tenham consciência de estar expostas a uma atmosfera susceptível de provocar intoxicações e mesmo a morte. Pode levar à asfixia “sem aviso” em pessoas a que ele estejam expostas.
Frequentemente há um pequeno período de tempo antes dos sintomas aparecerem, sintomas que inibem a capacidade de procurar ajuda ou alcançar segurança. Assim, pode debilitar e matar repentinamente.
É produzido pela combustão incompleta de combustíveis como petróleo, gás natural, carvão e turfa. Assim, encontra-se em gases de combustão, tais como, os que produzem os automóveis e os caminhões, os motores pequenos de gasolina, fogões, lanternas, madeira e carvão queimados, fogões de gás e sistemas de calefacção.
O monóxido de carbono proveniente destas fontes pode acumular-se em espaços fechados ou semi-fechados. As pessoas e os animais que se encontram nesses espaços podem intoxicar-se se o respirarem.
http://www.adeslumbrante.com/vsite/index.php?module=pagemaster&PAGE_user_op=view_page&PAGE_id=5&MMN_position=8:8

sábado, 22 de setembro de 2007

Acidente com Pá do Moinho de Vento - por volta de 1921

O filho de Julius Rosenberg tinha por volta de seis anos.

Estava brincando perto das pás do Moinho de Vento.

Foi atingido pela pá, na cabeça, vindo a falecer.

A Amo - Olga Lenz Pedde - foi ao enterro do primo.

Julius Rosenberg era casado com uma filha dos Beder(Böder) (Beder Tochter).

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Julius Rosenberg - 1912/1914

Julius Rosenberg tio de Olga Lenz Pedde - tentou emigrar para os EUA antes da 1. Guerra Mundial.
Fugiu de casa.
O pai de Julius - August Rosenberg - mandou prender o filho na fronteira Polonesa.
Como consequência Julius foi engajado nas tropas do Tzar e lutou na 1A. Guerra Mundial. Quando a família Rosenberg foi "deportada" da Ucrânia para a Sibéria - Julius estava na guerra. Como sabido o velho August aproveitou parada do trem nas proximidades de Orenburg nos Urais e saiu do trem com a sua família.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O canivete vermelho

Amo ( Olga Lenz Pedde) contava cinco anos. Estava brincando na casa do Avô quando encontrou uma caixa com os pertences do tio Albert Rosenberg.
Na caixa um belo canivete vermelho. Pegou o canivete e levou-o para casa. Lá chegando deu-se conta da "arte" que aprontara. Mais do que depressa escondeu o canivete vermelho (provavelmente um canivete Suiço) por baixo da cama.
Dias depois a babá estava limpando o quarto quando encontrou o canivete vermelho.
Conta Olga Lenz Pedde que a sua mãe (Adoline Lenz) apenas lhe disse para levar o canivete a quem de Direito.
A volta para a casa do Avô foi um caminho extremamente penoso, afirmou Olga Lenz Pedde. Posto o objeto em seu lugar a volta foi uma corrida só.
Disse Olga Lenz Pedde que a lição da devolução do canivete, sem qualquer surra, foi uma lição para toda a vida.
Olga Lenz Pedde - julho de 2007

Fronteira Sino-soviética, 1930, março.

Adolf Lenz. Pão.
A chinesa tinha um saco cheio de pão.
Betteln-Brot! Pão de mendicância.
Compraram o pão!

A Senhora - Harbin 1930/1931

Guarda Sol, todo rasgado por baixo do braço. Sapatos masculinos nos pés!
Sinônimo de elegância!
Chegou em casa esbaforida.
Contava dos tiros. Guerra urbana, em plena Harbin!
Se eu não tivesse dobrado a esquina a bala teria me atingido!!!
O Apo (Leonhard Pedde) ria de esborrachar-se no chão!!!!!

Pão para mendicância, Pão para dar

Brot zu betteln – Brot zu geben
Geschrieben von Stefan am Dinstag, 23, Juli 2002
Merk es Dir, ergrauter Vater,
Sag’es auch dem Mütterlein:
Soll dein letzter Lebensabend,
Schön und ohne Sorgen sein,
Dann gib die erworb’nen Güter,
so früh nicht an die Kinder
absonst hast Du im Alter Sorgen,
Wer besitz, den wird man achten,
Kindesdank ist Seltenheit,
Brot zu betteln,
heisst verschmachten,
Brot zu geben,
Seligkeit!

Reproduzido de
http://www.poeten-treff.de/modules.php?name=News&file=article&sid=17

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Dignidade Humana

A prática, indução ou incitação de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, por meio da Internet, constitui crime punido com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa, conforme determina a Lei 7.716/89(alterada) em seu artigo 20, § 2°. Denuncie sites e/ou mensagens de fóruns onde exista a tipificação de violação da dignidade humana.

Pegadas na Areia

Uma noite eu tive um sonho...

Sonhei que estava andando na praia com o Senhor e através do céu, passavam cenas da minha vida.

Para cada cena que passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia: um era meu e o outro era do Senhor.

Quando a última cena passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.

Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso me aborreceu deveras e perguntei então ao Senhor:

- Senhor, Tu me disseste que, uma vez que resolvi te seguir, Tu andarias sempre comigo, em todo o caminho. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque nas horas em que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixaste sozinho.

O Senhor me respondeu:

- Meu querido filho. Jamais eu te deixaria nas horas de provas e de sofrimento. Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exatamente aí que eu te carreguei nos braços.

Do livro "Pegadas na areia" - Margareth Fishback Powers - Ed.Fundamento

Ilha das Flores - Rio de Janeiro - 1932

A leva de imigrantes ucranianos-alemães oriundos de Harbin-China havia desembarcado do navio Francês Lipari. Aguardavam o exame médico e o desembaraço na alfandega para seguir adiante com destino para Porto Alegre no navio Pará.

O alojamento da Ilha das Flores serviu feijão com charque. Iniciaram o almoço. Os imigrantes notaram algumas coisas boiando no feijão. Vermes!! (Maden) .

Havia um tonel para despejar os restos da alimentação. Um a um os imigrantes foram despejando o feijão no tonel.

O tonel acabou transbordando ...

Olga Lenz Pedde - agosto de 2007

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Aviões e Veículos - por volta do ano de 1927

Aviões
Ví aviões pela primeira vez ainda na Volínia. Voavam alto.

Ônibus

Sim, eu andei de ônibus com meu pai. Em Gitoma. Era um carro grande. Foi no verão.

Sentamos em cadeiras. Eu tinha por volta de 18 anos.

Não sei a marca do veículo. Provavelmente era de fabricação russa.

Olga Lenz Pedde - Setembro de 2007.

O cavalo de Seu Domke - por volta de 1925

O Sr. Domke morava em Neumanufka na Volinia, Ucrânia.
Tinha um cavalo (castrado) que era muito louco!
Pois bem, no inverno o bicho era obrigado a ficar em sua cocheira, preso.
A porta da cocheira era dividida. A parte de cima tinha uma pequena janela.
Já a parte de baixo era fechada.A janela ficava aberta.
Certa feita o bicho resolveu investir contra a porta e lascou a cabeça pela janela,
na vã tentativa de fugir por ela.
Como resultado o infeliz cavalo ficou entalado na abertura da janela.
A partir daí o pessoal da vila dizia:
- Esse cara tem idéias como as do cavalo do seu Domke!
- Der hat Ideen wie dem Domke sein Wallach!
Estória contada por Leonhard Pedde e reproduzido por Edith Söhngen em conjunto com Olga Lenz Pedde. Setembro de 2007.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Papa João Paulo II - Mensagem

MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II
POR OCASIÃO DO 60° ANIVERSÁRIO DOS "TRÁGICOS
ACONTECIMENTOS" DA VOLÍNIA NA UCRÂNIA

(...)

Caríssimos cidadãos pertencentes aos povos irmãos
da Ucrânia e da Polónia
1. Tomei conhecimento de que no próximo dia 11 de Julho, 60º aniversário dos trágicos acontecimentos da Volínia, cuja recordação ainda hoje está viva entre vós, filhos de duas Nações que me são muito caras, vai realizar-se uma comemoração oficial de reconciliação ucraniano-polaca.

No turbilhão do segundo conflito mundial, quando era mais urgente a exigência de solidariedade e de ajuda recíproca, a obscura acção do mal envenenou os corações e as armas fizeram correr o sangue inocente. Agora, à distância de sessenta anos daqueles tristes acontecimentos, vai-se consolidando na alma da maioria dos polacos e dos ucranianos a necessidade de um profundo exame de consciência. Sente-se a necessidade de uma reconciliação que permita contemplar o presente e o futuro com novos olhos. Esta disposição interior providencial impele-me a elevar ao Senhor sentimentos de gratidão, enquanto me uno espiritualmente a quantos recordam na oração todas as vítimas daqueles anos de violência.

O novo milénio, que começou há pouco tempo, exige que os ucranianos e os polacos não permaneçam prisioneiros das suas tristes memórias, mas, considerando os acontecimentos passados com um novo espírito, se vejam uns aos outros com olhos reconciliadores, comprometendo-se a edificar um futuro melhor para todos.

Assim como Deus nos perdoou a nós em Jesus Cristo, também é necessário que os fiéis saibam perdoar-se uns aos outros as ofensas recebidas e pedir perdão pelos próprios pecados, em ordem a contribuir para fomentar um mundo respeitador da vida e da justiça, na concórdia e na paz. Além disso, conscientes de que "Aquele que nada tinha a ver com o pecado, Deus fê-lo pecado por causa de nós" (2 Cor 5, 21), os cristãos são chamados a reconhecer os desvios do passado para poderem despertar as suas consciências diante dos compromissos do presente, abrindo a alma a uma conversão autêntica e duradoura.

2. Durante o Grande Jubileu do Ano 2000 a Igreja, num contexto solene e com a clarividente consciência daquilo que aconteceu no passado, perante o mundo, pediu perdão pelos pecados dos seus filhos, perdoando ao mesmo tempo quantos a ofenderam de várias maneiras. Desta forma, desejava purificar a memória das tristes vicissitudes, de todos os sentimentos de rancor e de vingança, para recomeçar animada e confiante na obra de edificação da civilização do amor.

Ela propõe esta mesma atitude também à sociedade civil, exortando todos a uma reconciliação sincera, consciente de que não existe justiça sem perdão, e de que a colaboração seria frágil sem uma abertura recíproca. Isto é ainda mais urgente, se se considera a necessidade de educar as jovens gerações a enfrentarem o futuro, não sob os condicionalismos de uma história de desconfianças, de preconceitos e de violências, mas no espírito de uma memória reconciliada.

A Polónia e a Ucrânia, terras que desde há muitos séculos conheceram o anúncio do Evangelho e ofereceram inúmeros testemunhos de santidade num elevado número dos seus filhos, neste início de milénio desejam consolidar os seus relacionamentos de amizade, libertando-se das amarguras do passado e abrindo-se às relações fraternais, iluminadas pelo amor de Cristo.

3. Enquanto manifesto a minha satisfação pelo facto de que as comunidades cristãs se fizeram promotoras desta comemoração, com vista a contribuir para cicatrizar e curar as feridas do passado, encorajo os dois povos irmãos a perseverarem com constância na promoção da colaboração e da paz.

Ao transmitir a minha cordial saudação a todo o Episcopado, ao Clero e aos fiéis destas Nações, dirijo um respeitoso pensamento aos Presidentes e às respectivas Autoridades civis e, através deles, aos povos polaco e ucraniano, sempre presentes no meu coração e nas minhas orações, com os bons votos de um progresso constante na concórdia e também na paz. Acompanho estes votos com uma particular Bênção apostólica que, de bom grado, concedo a todos aqueles que se associarem às celebrações programadas.
Vaticano, 7 de Julho de 2003.
Reproduzido de http://www.vatican.net/holy_father/john_paul_ii/speeches/2003/july/documents/hf_jp-ii_spe_20030710_ukraine-poland_po.html

Primeiro emprego em Porto Alegre - 1933

Olga Lenz Pedde (Amo), logo que veio para Porto Alegre, "fugindo" de Iracema - Santa Catarina, foi trabalhar junto com a sua amiga Elsa Bartz na empresa de "Herbert Mueller".

A divisão em que a Amo trabalhou era de esmaltaria e pintura final.

Nota. Existem fotografias do acervo do Apo e da Amo retratando o período.

Leonhard Pedde (Apo) logo no inicio do período em Porto Alegre, trabalhou no porto como carregador de sacos. O seu método de carregar o saco sobre o ombro acarretou uma melhor produtividade o que evidentemente acabou por criar problemas na estiva.

Por interferência de Olga Lenz Pedde junto ao mestre da esmaltaria Leonhard Pedde foi trabalhar também no estabelecimento fabril de "Herbert Müller".

A mestre da esmaltaria - Herr Müller, (mesmo nome do dono da empresa, mas não era a mesma pessoa) estava prestes a aposentar-se. O interesse do Apo logo despertou confiança e após alguns acertos na preparação do esmalte, (com base em detalhes que lhe haviam sidos passados por seu amigo, Arthur Würch, que trabalhara em esmaltaria em Harbin - China) - foi Leonhard guindado a mestre da sessão. O emprego perdurou por aproximadamente 10 anos.

Nota A empresa de ¨Herbert Müller¨ - Zivi, Kluwe, Mueller & Cia Ltda. - passou a ter a denominação de Zivi & Cia Ltda. com a saída dos sócios Kluwe e Mueler. Mais tarde a empresa seria incorporada pelo Grupo Eberle de Caxias do Sul.

Zivi, Kluwe, Mueller & Cia Ltda.

Jonathan Lenz, irmão da Olga Lenz Pedde, foi empregado
na empresa Zivi como estampador e afiador de facas e
garfos.
Junto com Jonathan, entre muitos outros,
trabalhou Otto Netlzaff, marido de Olga Pedde Netzlaff.
Otto trabalhou no secção de fabricação de tesouras.
A profissão de afiador de facas - onde o profissional
ficava de 8 a 12 horas diárias sob poeira e microparticulas
de aço sem qualquer proteção, demonstrou ser extremamente insalubre.
Jonathan e Otto tiveram a sorte de serem despedidos
em razão da lei da estabilidade.
Os colegas que permaneceram trabalhando faleceram
todos de forma precoce em período não superior a 15 anos.
Tanto Jonathan como Otto, no entanto, faleceram
com graves problemas pulmonares (calcificação pulmonar).

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O Assassinato do Dirigente Kuhn - 1929/1930

O Sr. Gustav Kuhn era o melhor Dirigente de Bandas de Fanfarras da Volínia, segundo Olga Lenz Pedde.

Era mais jovem do que Adolf Lenz.

Sabia as notas como ninguém. Organizava bandas de fanfarras na Volínia.

Tocava clarinete e sabia tocar os demais instrumentos de sopro.

Muitas vezes toda a comunidade cantava em conjunto com a banda.

O Sr. Kuhn era ativo em todas as vilas como Ostrufka, Grünental e Heimtal.

Em Heimtal havia um grande Igreja.

O Sr. Kuhn tinha cinco filhos:

Erna Kuhn, mais nova que Olga Lenz;

Herta Kuhn, com a mesma idade que Olga Lenz;

Arno Kuhn, um menino com 9/10 de idade;

e finalmente duas crianças que contavam cinco ou seis anos.

O Sr. Kuhn e seu filho foram assassinados pelos bolcheviques. Assim foi contado em Harbin.

Esposa e filhas sobreviveram e fugiram para a China Continental. Posteriormente emigraram para os EUA.

Olga Lenz Pedde, informação passada em agosto de 2007

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O Hino dos Desterrados de Volinia - 1915

Das Wolhynierlied aus der Verbannung 1915


Canção "The Carnival is over" composta por Tom Springfield segue a melodia de "Wolga Wolga". É magistralmente apresentada pela vocalista Judith Durham.(1)

Der hier wiedergegebene Text könnte die Originalfassung des Wolhynierliedes sein. Es soll 1915 in der Vertreibung in Sibirien entstanden sein. Der Text wird dem Kantor Gustav Frieske aus Wladyslawówka zugeschrieben. Das Lied wurde nach der russischen Melodie "
Wolga, Wolga, matj rodnaja" gesungen.

Livre Tradução
O hino dos Alemães da Volinia, na redação de 1915.
O texto aqui transcrito poderia ser a versão original do hino da Volínia. Ele teria surgido no desterro (verschikung) na Sibéria. O texto é dado como de autoria de Kantor Gustav Frieske de Wladyslawówka. A canção era cantada segundo a melodia russa "Wolga, Wolga, matj rodnaja".

Observação: Olga Lenz Pedde diz ter guardado a transcrição de uma versão do hino. A estrofe cantada de memória por ela é levemente diferente da versão agora transcrita, encontrada em "site" relativo aus WolhynienDeutsche. Segundo a "Amo" a canção cantada por ela era de autoria de uma parente dos Bartz. Paul Bartz - já falecido - falava da inteligência de uma sua parente que teria criado a canção.
Como visto a questão é polêmica.
Na versão da Amo (Olga Lenz Pedde):

"Aus Wolhynien sind gezogen
die verjagten ohne zahl,
keiner ging den Weg auf Rosen,
alle waren sie jetzt gleich"

Wolhynierlied

Aus Wolhynien sind vertrieben
alle Deutschen arm und reich,
keiner ging den Weg auf Rosen,
alle waren sie jetzt gleich.
(Da Volinia foram enchotados
todos os alemães, pobres e ricos,
ninguém seguia o caminho sobre rosas,
todos eram agora iguais. )

Sonntag früh, am fünften Juli, gerade zu der Erntezeit,mussten weg die Vielgeplagten, alle, arm' und reiche Leut'!
(Domingo pela manhã, no 15 de Julho, logo na época da colheita tiveram que sair os flagelados, todos, pobres e ricos!)

Angespannt und schwer beladen stand der Wagen vor der Tür,manche Sachen, oh wie schade, blieben hier noch liegen mir.
(Atrelado e carregado estava o carro à porta, muitas coisas, Oh que pena, ficaram aqui.)

Vorwärts ging's durch Sturm und Wetter, auf Befehl der Obrigkeit,keiner fand jetzt einen Retter, der ihn aus der Not befreit.
(Para diante por tormentas e tempo ruim, por ordem da autoridade, ninguem tinha agora um salvador que o poderia socorrer e libertar. )

So ging's vorwärts durch die Wälder, über Hügel, Berg und Tal,über Felder und durch Städte und durch Dörfer ohne Zahl.
(Assim seguiam adiante por matas, montes, montanhas e vales, sobre campos e cidades por vilas sem fim. )

Auf den Strömen statt mit Dampfern fuhren wir in einem Kahn,und auf Wegen mancher Arten, dann zuletzt per Eisenbahn.
(Sobre os rios, em vez de vapores, usávamos canoas, e por caminhos de todos os tipos, ao final por ferrovia. )
Auf dem langen Trübsalswege kam der Tod, hielt gleichen Schritt,kleine Kinder, alte Leute, Jugendblüte nahm er mit.
(Ao longo do caminho de atribulações veio a morte, mantendo igual passo, crianças pequenas, velhos, e jovens ela levava.)

Es ist gar nicht zu beschreiben diese große Trübsalszeit. Jeden drückten schwere Sorgen. Ach, wann endet doch das Leid?
(Sequer é possível descrever esta época de atribulações. A cada um preocupações pesadas o afligiam. Quando termina o nosso martírio? )

Endlich ist der Tag gekommen, da wir in Sibirien hierfreundlich wurden aufgenommen, fanden Wohnung, Nachtquartier.
(Finalmente veio o dia, em que fomos recebidos na Sibéria, encontramos Casa e abrigo noturno. )

Haben hier bei russ'schen Leuten Obdach für die Winterzeit.So sorgt Gott in schweren Zeiten, ihm sei Dank in Ewigkeit!
(Recebemos aqui abrigo do povo russo para a passagem do inverno. Assim proveu Deus nos tempos difíceis, a ele agradecemos eternamente.)

Was vergangen und geschehen, hat ein jeder schon gefühlt,aber wie's uns noch wird gehen, ist uns allen hier verhüllt.

(O que aconteceu cada um já sentiu, mas o que ainda nos acontecerá é de nós desconhecido. )


Doch das eine ist uns sicher, daß es geht nach Gottes Rat. Er ist ja der rechte Richter, der noch nie gefehlet hat.

(Uma coisa nos é certa, que tudo anda por vontade de Deus. Ele é o Juiz correto, que jamais errou.)


Er wird ja die Seinen schützen in der großen Trübsalszeit:sollten gleich die Berge stürzen und uns droh'n die Ewigkeit.
(Ele irá proteger os seus nas grandes atribulações: venham a soçobrar as montanhas e a eternidade a nos intimidar.)

Das hat Gott vor allen Zeiten jedem Gläub'gen kundgetanund er will auch uns bereiten ein gelobtes Kanaan.

(Que Deus em todos os tempos esclareceu a cada cristão , ele também quer nos oferecer a elogiada Kanaan.)

Drum getrost in trüben Stunden, geht's auch gleich durch schweres Leid,denn darinnen hat gefunden mancher seine Seligkeit.

(Assim , sem receio, nas piores horas, mesmo que por sofrimentos corporais, encontraram muitos a sua fé )


Gott führt zwar auch seine Kinder oft in großes Herzeleid,damit doch ein jeder Sünder denke an die Ewigkeit.
(Deus conduz os seus filhos por vezes por grande sofrimentos, para que cada pecador pense na Eternidade.)

Fonte de pesquisa: http://wolhynien.de/history/song.htm#Melodie
Fonte original: "Wolhynische Hefte" 4.Folge, S. 98/99



1. Nota: A melodia da canção "Wolga, Wolga" foi aproveitada na canção "The Carnival is over" composta por Tom Springfield e magistralmente apresentada pela vocalista australiana Judith Durham (Durham, 1943). No caso acima trata-se de apresentação dos "The Seekers" em concerto Londrino datado de 07 de julho de 1968.
Para saber mais procure no You Tube - "The Carnival is over" - The Seekers.
Sobre os "The Seekers" leia em -<http://www.alohacriticon.com/alohapoprock/article278.html>
Pesquisa datada de 16/01/2009.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Os cachorros de August Rosenberg - Ostrufka - Volínia - 1910/1914

Era um cachorro cinza e marrom.
O nome já esqueci. Em Ostrufka.
Eu tinha seis, sete anos de idade.
Meu avô sempre tinha um cachorro. Sim, havia um "Niedel, um "Wächter" (Guardião), um "Pandel", um "Drohlich" e também um "Wasser" (Água). Também houve um "Canarich" , este era um cachorro grande.
Os cachorros tinham uma cabana(bude) e no inverno recebiam palha. Eles sempre estavam no pátio.
Niedel era um cachorro vira-lata, sempre estava andando de colônia em colônia, não tinha lugar fixo.
Minha mãe também tinha um cachorro quando morávamos em Ostrufka.
Não sei o que aconteceu com os cachorros após a "verschikung" (desterro).
Olga Lenz Pedde - 04/09/2007.

sábado, 1 de setembro de 2007

O Professor Rudolf Rohlehder

Comunidade em Ostrufka - Wolhynien - Volinia - Ucrânia

O meu segundo professor foi Rudolf Rohlehder, era filho de judeus convertidos para o cristianismo, com origem na Áustria.
Emigrou para os EUA antes da "verschickung" (desterro).
Todos os irmãos casaram com moças cristãs. Rudolf casou com Marta Heminger.

Olga Lenz Pedde - agosto de 2007

As Traquinagens de Jacob Rosenberg

Gustav Rosenberg tinha um irmão mais novo que era o terror da família. Vivia aprontando.

Certa feita junto com grupo de amigos resolveu complicar os moradores da Vila de Ostrufka na Wolhynia. Pegaram todos os trenós e empurraram para cima dos telhados das casas.

Pela manhã, quando os colonos procuraram seus trenós para atrelar os cavalos, tinha acontecido um milagre do tipo Papai Noel!!!

Todos os trenós estavam sobre os telhados das casas.

As investigações acabaram por "incriminar" o traquinas Jacob Rosenberg. Como resultado, o velho Gustav ordenou ao seu irmão recolocasse os trenós no lugar. Jacob acabou pagando "o mico" sozinho.

O Órgão

Disse Olga Lenz - agosto de 2007:

- Eu mesma ví o fato. Sobre o nosso órgão os bolcheviques estavam cortando lenha. No pátio da casa que fora do meu avô Gustav Rosenberg. Isso aconteceu no retorno da "verschikung" (desterro) quando fomos ver a casa e as terras que deixáramos por ordem do Governo. Estiveramos em Orenburg durante cinco anos e o avô tinha esperança de recuperar a colônia de Ostrufka.

O Órgão tinha sido um presente dado pelo meu Avô Ludwig Lenz para o meu pai -Adolf Lenz.

Antes da verschikung o pai - Adolf - já havia vendido a casa que tinhamos em Ostrufka. A minha avó Justine (Felske) Lenz que emigrara para os EUA nos mandara passagens de navio. Nós estavamos preparando os papeis de emigração quando veio a ordem de "verschikung". Como a casa já havia sido vendida tinhamos transportado o Órgão para a casa do avô Gustav Rosenberg que ficava próxima. Por esta razão o Órgão acabou servindo de base para cortar lenha!!!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

A Colônia do velho Rosenberg em Bolarke - Ucrânia















Europäischer Hecht im Exotarium im Zoo Frankfurt.
Lúcio (Hecht) - Esox lucius - no Exotarium Zoo de Frankfurt.




Informação de Olga Lenz Pedde - Agosto de 2007.

Existia um rio que passava nos fundos da colônia do avô Rosenberg.
Ele gostava de pescar no rio que contava em torno de cinco metros de largura.

Utilizava uma armadilha para pescar, que consistia em um cesto com funil comprido por onde o peixe entrava e não podia sair.

Ele pescava o Lúcio (Hecht) - Esox lucius -(1) e o Escalo (Golavl) - Leuciscus cephalus - (2) que é um peixe curto, segundo Olga.

Os Lúcios (Hechte) são muito bonitos.

Uma lagoa também existia na colônia onde eram criados peixes.

Na lagoa o avô tomava banho.

- Eu não! Disse Olga Lenz Pedde.

O avô de Olga Lenz tinha em torno de 30 Dessjatine (3) de terras.



Notas:

(1) Para ilustrações do peixe "Lúcio" veja http://filaman.uni-kiel.de/Photos/ThumbnailsSummary.cfm?ID=258
(2) Para ilustrações do peixe "Escalo" veja http://filaman.uni-kiel.de/Photos/ThumbnailsSummary.cfm?ID=4482


(3) Pelas fontes encontradas - Wikipédia - um Dessjatine tem 10925,3975m2 ou aproximadamente 1,1ha. O Dessjatine poderia ter até 4,552 ha. Logo, faltam dados para saber a real metragem da área do avô Rosenberg. Considerando, porem, a capacidade de trabalho e o número de animais da colônia é provável que a área de 33 ha esteja próxima do real.

In http://de.wikipedia.org/wiki/Alte_Ma%C3%9Fe_und_Gewichte_%28Russland%29

(4) Fotografia - Esox lucius - Hecht - com licença CC Flikr - Alguns direitos reservados. Autor Joachim S. Müller.

sábado, 25 de agosto de 2007

Estórias - Memória viva - III

O Harém - 1931 - Harbin - China
Apo - Leonhard Pedde
O senhor Chinês o mandara as compras. Foi. Devia comprar no elegante armazém.
Dinheiro contado. Conhecia Harbin. Foi ao mercado, comprou mercadoria melhor por preço mais baixo. Sobrou troco.
Voltou.
Queria entregar as compras. Entrou por porta proibida. Sala cheia de mulheres.
Crianças. Uma senhora gorda ao fundo.
Berros que não entendia. Uma pantufa voando. Autsch!
Correu para fora.
O senhor já vinha ao seu encontro. Sorria com o canto dos lábios.
Recebeu a mercadoria, examinou:
- Muito bom!
Apo:
- Eis o troco!
Senhor:
- Fique com ele! Não entre mais no meu Harém!!!

Prisioneiro de Guerra - 1917/1919

Adolf Lenz
O velho Adolf foi preso pelas forças Alemãs. Primeira Guerra Mundial. Enviado para a Alemanha permaneceu "in Gefangenschaft" até o final da Guerra. Voltou para a Ucrânia em 1919.
No período como prisioneiro de Guerra - trabalhou, curto período, na casa de "parentes" na Alemanha. Coisas que só aconteceram na família Lenz ... .
- Bom! O velho Lenz não gostou do tratamento que estava recebendo como prisioneiro e da alimentação. Soro de Leite com restos de batata. Alimentação que o estava levando a total "desidratação" e provavelmente o teria levado à morte.
Escreveu carta para administração militar dos prisioneiros de Guerra. Dias depois aparece um oficial e ordena:
- Adolf Lenz! Sofort mit Gepäck!!! (Adolfo Lenz - Imediatamente com pertences pessoais).
Foi transferido para outra casa, continuando seu período como prisioneiro de guerra.
A Amo - Olga (Lenz) Pedde, conta a estória dando ênfase ao " Adolf Lenz! Sofort mit Gepäck!" e enfatizando as "viscitudes" do prisioneiro de Guerra.
Por incrível que pareça o pai de Olga Lenz - Adolf Lenz - teve como seu guardião o tio Felske irmão de Justine Felske sua mãe.

Estórias - Memória viva II

"Não faz mal"

A visita quer entrar na casa da Amo - Olga (Lenz) Pedde. Porto Alegre 1934/1940.

- O Cachorro morde?

Responde a Amo:

- Não faz mal!!!

A visita pergunta outra vez:

- O cachorro morde?

A Amo:

- Não faz mal!!

Estórias - Memória viva I

Velho Aron - Ijuí - década de 80

O velho Aron Fridman era vendedor pracista.
Visitava o Apo - Leonhard Pedde - mensalmente no escritório da Loja.
Conversavam longamente sobre todos os assuntos.
Certa ocasião, estando o Erico Kommers, funcionário da empresa,
no escritório, entrou a Amo - Olga (Lenz) Pedde.
O Erico apresentou o Sr. Aron:
- Und das ist ... ( e começou a gaguejar) .
A Amo cumprimentou com aquele olhar tradicional.
O Sr. Aron cumprimentou e disse:
- Ja!, Ja! Ich bin der patrício eurer Gott!
- Sim! Sim! Eu sou o patrício do Deus de voces!!

O Erico Kommers ria de chorar!
E a Amo com aquela cara ....

Nota: Aron Friedman era judeu originário da Ucrânia

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Blondine Rosenberg - Tifo - 1920

Deutsch

Meine Tante Blondine Rosenberg, Sie wahr 21 Jahre, ist von Tifo gestorben, nach der Verschickung.

Das war ein Jammer. Krieg. Tifo, schrecklich!

In ganz Volinien war Tifo.

Português

A minha tia Blondine Rosenberg, ela contava 21 anos, quando faleceu em decorrência do Tifo, após o retorno da "Verchickung". (1)

Isto foi uma lástima. Guerra. Tifo. Terrível.

Em toda a Volinia (3) havia Tifo.(2)

Olga Lenz Pedde, informação passada em 22/08/2007.

Nota (1) : Não foi encontrado um termo que traduza a palavra "verschickung" com toda a sua força. O termo evacuação, não representa a tradução fidedigna para o desterro dos ucranianos alemães e poloneses que perderam suas propriedades, bens e direitos em várias ocasiões. No período 1914 até 1929 houve pelo menos duas ocasiões de "verschickung" na Ucrânia. Nos anos de 1931 e 1932 a política Soviética para a região transformou-se no que esta sendo chamado de "Holodomor" - genocídio pela fome - onde teriam falecido em torno de 3,5 milhões de pessoas pelos cálculos mais otimistas e de 7 a 10 milhões de pessoas segundo outros autores.

Mais tarde 1939-1945 a questão tomou, novamente, rumos catastróficos, tanto em razão da invasão das tropas alemãs, nazistas, como em razão do retorno das tropas soviéticas.

Nota (2): "As medidas higiênicas militares, hoje parte importante da disciplina de todos os exércitos, foram introduzidas pelos franceses em reação à mortalidade pelo Tifo. A obrigatoriedade de raspar a barba e cortar o cabelo rente foram medidas inicialmente introduzidas nos soldados de forma a erradicar os piolhos transportadores da infecção. Antes de se descobrir que a higiene e a limpeza das roupas reduziam as mortes por tifo, a higiene não era grande preocupação para os oficiais. Devido a estas medidas, durante a primeira guerra mundial na frente ocidental quase não houve mortes de Tifo, enquanto na frente oriental, após a quebra de autoridade que se seguiu à Revolução de Outubro na Rússia Czarista, três milhões de pessoas morreram da doença."

In http://pt.wikipedia.org/wiki/Tifo - pesquisa em 22/08/2007.

Nota (3): A respeito da atualmente denominada "Óblast Volyn" e dos alemães da Volinia busque subsídios em < http://de.wikipedia.org/wiki/Wolhyniendeutsche > . De forma mais específica, com detalhes, busque < http://www.kulturbruecke.kspu.ru/die_wolhyniendeutschen.htm > pesquisa em 23/08/2007.

O termo "óblast" significa província, divisão administrativa.

Os Judeus de Bolarke - Ucrânia (1914-1915)

Conta Olga Lenz Pedde(Amo) sobre a rotina e a população da vila
de Bolarke.

Os judeus contabilizavam uma população numerosa na Volinia. Na vila havia duas famílias de judeus.

Vizinha da casa dos Lenz era a família David Duwitzaf, cujas crianças chamavam Hanna e Ghennte - (duas filhas).

"Die Juden wahren Verkäufer". Os Judeus eram comerciantes.

Mais adiante, para o centro da Vila, morava a família Maier Hecht (Meyer Höcht?) com os filhos: Baba, Agil, Aron e Haicke (Cheike?).

Todas as crianças eram mais velhas que Olga Lenz que contava entre seis e sete anos, na época.

Entre os produtos vendidos no armazém dos Duwitzaf - "secos e molhados" - constava a querosene.

Os comerciantes judeus compravam, entre outros produtos, a manteiga que era revendida na pequena cidade de "Lachanufka" e na cidade de "Gitoma".

Informação passada em Agosto de 2007 por Olga
Lenz Pedde - 98 anos.

Trilhadeiras na Ucrânia - 1910/1929




Olga Lenz Pedde (Amo) descreveu o funcionamento das trilhadeiras com 8 cavalos. A máquina tinha dois setores formados pela “DreschKasten” (trilhadeira) e pelo “Rosswerg”, roda de força(?).
A roda de força era composta de dois barrotes (zwei balken) em cruz presos a um eixo. Nos barrotes eram amarrados os 8 cavalos. Dois a dois. Da força gerada no eixo – transmitida por correias era tocada a trilhadeira que ficava dentro do galpão.

Prisioneiros de Guerra - Volinia - Ucrânia

Bolarka - Volinia 1914/1915.

O soldado austríaco chegou até o Avô Rosenberg e perguntou:

- Is door fär mi Plootz? A mesma frase em alemão: - Ist da für mich Platz?

Dialeto - Plat Deutch - Existe lugar para mim?

Ao seu lado o Oficial Russo que conduzia os prisioneiros alemães.

O velho Rosenberg acomodou dezenas de soldados, prisioneiros, no galpão.

Um dos prisioneiros faleceu durante a noite. Foi enterrado pelo velho Rosenberg.

Na bela passagem contada. É de enfatizar que as regras da guerra foram fielmente cumpridas. Tanto é que o prisioneiro austríaco requereu as instalações "pedindo" para ocupar o galpão da colônia.

Na medida do possível o velho Rosenberg auxiliou a todos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Orenburg - 1915 -1919


O avô – August Rosenberg - estava atento a parada do trem que parara nas proximidades de Orenburg - Rússia. As autoridades russas tinham ordenado mais uma das “verschickung” (emigração forçada) acontecidas no período da Primeira Guerra Mundial.
O destino era a Sibéria. O pai de Olga Lenz - Adolf Lenz - estava na guerra, engajado nas tropas do Czar. Ouvidos os apitos de retomada da viagem e antes que o trem retomasse a marcha, no meio da noite, August jogou os poucos pertences da família para fora, e auxiliou a sua "tropa" a descer do trem. A família era composta naquela ocasião pela esposa Albertina, a filha Adoline e a neta Olga, o neto Jonathan, as filhas solteiras Blondine e Berta e o filho Herbert, a sobrinha de August Rosenberg, filha de sua irmã, Adine (Rünas) Netzel e as duas filhas desta Marta e Ema Netzel.
Logo o trem se afastava e a família ficava, solitária, na imensidão da estepe gelada Russa. August Rosenberg ordenou a todos que aguardassem o seu retorno e tomou o rumo da cidade de Orenburg.
Olga Lenz, 98 anos, lembra das horas em que ficou sentada sobre as malas esperando o Avô voltar. Logo o velho Rosenberg voltava com trenós conduzidos por cidadãos russos. Iniciava-se mais uma etapa das aventuras de Olga Lenz.

A passagem - 1930 - Ussuri


O sol apontava em suas primeiras luzes do dia. Março de 1930. Adolf Lenz, Adoline Lenz, Olga Lenz com a criança Klara Milke no colo, Jonathan Lenz e Reinhardt Lenz pararam a caminhada. Adolf queria agradecer a Deus por tê-los feito atravessar sãos e salvos o rio Ussuri. Ajoelharam-se e Adolf Lenz rezou por alguns minutos. Os outros já haviam desaparecido no bosque.
O chinês que os guiava desaparecera havia algumas horas. Apenas suas pegadas eram vistas na neve e por elas o grupo seguira.O experiente soldado do Tzar não notara a grossa camada de gelo sob seus pés.
Levantaram-se com forças revigoradas e seguiram sua caminhada em silêncio. Mais algumas horas e chegavam à pequena vila chinesa.
Os chineses os esperavam.Atônito um dos chineses contou a Adolf que este fizera uma parada, justamente no meio do rio Ussuri em plena linha de fronteira. Apenas um tiro da guarda fronteiriça Soviética teria matado a todos

domingo, 19 de agosto de 2007

Moinhos de Vento na Ucrânia

Depoimento de Olga Lenz Pedde ("Amo" ou também tia "Óla")
Informação passada em 3/08/2007

Segundo a Amo (Olga Lenz Pedde) na Vila (Dorf) de Ostrufka existiam dois Moinhos de Vento.
O primeiro mais afastado da Vila tinha como proprietário o Sr. Emil Polinski – um alemão de pequena estatura.

Já no centro da Vila havia um outro moinho de propriedade do Sr. Lawranski.
Os Moinhos tinham em torno de seis metros de altura e moíam o trigo também no inverno.

Existiam moinhos tocados de forma hidráulica, porém mais afastados da Vila. Segundo a Amo a família não utilizava os serviços destes moinhos de roda d'água.

Holodomor

Para saber mais
Assembléia Legislativa do Estado do Paraná aprova Moção de reconhecimento do Holomodor como Genocídio contra o povo ucraniano.

No dia 5 de Junho de 2007 a Assembléia Legislativa do Estado do Paraná aprovou moção, reconhecendo a fome artificial de 1932-33 provocada pelo regime Estalinista, que vitimou de sete a dez milhões de ucranianos, como genocídio contra o povo.

A Moção será encaminhada ao Presidente da República, ao Ministério das Relações Exteriores, à Presidência das Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Presidência da Comissão de Relações Exteriores do Senado, a Frente Parlamentar Brasil-Ucrânia para que o Congresso Nacional venha reconhecer o Holodomor como genocídio contra o povo ucraniano.

http://pt.wikipedia.org/wiki/A_posi%C3%A7%C3%A3o_da_comunidade_internacional_em_rela%C3%A7%C3%A3o_ao_Holodomor

sábado, 18 de agosto de 2007

Para saber mais - Iracema

Riqueza
Santa Catarina - SC
Histórico:
Em 1930 a companhia “Sul Brasil”, por intermédio do governo, fez as seguintes propostas aos interessados: cederia aos imigrantes ranchos de moradia já prontos para quando estes aqui chegassem; todos receberiam sua colônias de terras e iam pagando a longo prazo de três anos e, sem acréscimo de juro.
Assim, em 1930, chegou o primeiro navio trazendo uma leva de 80 famílias. Destas famílias 30 a 40 acamparam-se na Linha “Iracema” (recebe este nome devido ao rio Iracema que ali corre), onde estavam construídas pequenas choupanas, todas feitas de taquara. As famílias que ali se fixaram eram todas da religião Evangélica. As demais famílias dirigiram-se ao município de São Carlos. Estas eram Católicas.
Todos os meses chegavam mais levas de famílias que também se acampavam nas pequenas choupanas de taquara. Até o final tinham chegado 182 famílias onde permaneciam até ter escolhido a sua colônia de terra e, após ter construído sua rústica casa mudavam-se definitivamente para lá, cuidando e colhendo dos frutos que as terras do Brasil começavam a produzir.
Mas, a vida que os esperava não era nada fácil. Estavam em plena mata, sem estradas que pudessem conduzi-los aos seus paradeiros. Não possuíam animais de espécie alguma que pudessem auxiliar na lida braçal, tal como: lavrar as terras para o plantio, arrastar as toras das árvores que dariam as tábuas para suas casas.

Como não haviam serrarias na redondeza, as toras eram serradas com serrote manual que os colonizadores instalavam de uma maneira bastante primitiva, de maneira que ficasse em posição vertical. De cada lado um homem instalava-se da melhor maneira possível e com sua força brutal serravam toda a madeira para suas futuras casas e de seus familiares.
As ferramentas eram escassas, as mais usadas eram: enxada, foice, machado, picareta e outras (todas manuais). A maioria dos imigrantes trouxe consigo as devidas ferramentas. Os que não possuíam ferramentas, a companhia “Sul Brasil” cedia. As árvores, destinadas a serem serradas, eram amarradas fortemente em cordas ou cipós e puxadas por nove ou dez homens até o local onde seriam serradas. Os senhores Friedrich Hass e Julius Strassburg serraram à
mão madeira para quatorze casas para moradia, um moinho e uma uma cooperativa.

Em 1932, chegava ao Brasil outro grupo de famílias russas, as quais haviam se refugiado (...) na China, juntando-se aos primeiros desbravadores que já estavam instalados em Linha Iracema.
A vida era difícil, exigia muito dos desbravadores, estavam quase sem recursos e ao seu redor só avistaram mato. Nem todos suportaram tantas dificuldades; assim logo se deslocaram para outros lugares, já então, em melhores condições, tais como: Ijuí, Panambí, Monte Negro, Porto Alegre, entre outras.
Resumo de texto obtido em http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/santacatarina/riqueza.pdf
Nota: No texto constante na biblioteca eletrônica do IBGE é omitida a questão da ajuda humanitária originada da Igreja dos EUA. Da mesma forma, é omitida a questão dos desvios de verbas e o não cumprimento do contrato efetuado. Coisas do Brasil ...