Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde

Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde
Bodas de Prata de Olga Lenz Pedde e Leonhard Pedde - 31/07/1957

sábado, 27 de dezembro de 2008

Natal

Dunas da Praia do Siriú, Garopaba, SC (2)


 Oi gente que amo, to vivendo um Natal para lá de diferente.

Estou na Ribanceira (1), são 10h30min da noite, meu primeiro Natal, dos meus 51 anos de vida, sozinha. Chove aos cântaros! Muito bom, coloquei várias plantas na terra, elas devem estar adorando. Nossa cachorra Atena está ao meu lado, mais os três gatos, Alunti, Willy e Sunny.

À tarde fui levar nosso caseiro em casa, no Siriú(2). Para quem não sabe um lugar mágico, tem uma cachoeira, a casa da mãe dele fica ao lado. Pessoas simples, café de "saquinho", o cheiro impregna o ar. O barulho da água me dá vontade de permanecer ali, naquela casa muito simples, cheia de risos, casinha de pescadores.

Mãe de 14 filhos consegue envolver e ainda amar  a todos que dela se aproximam, abraço gostoso, muito quente, quente como o forno lá na rua onde estão sendo assados os pães. Não vi árvore, tampouco luzinhas, nada que lembra Natal (como conhecemos), apenas um calor infinito vindo da simplicidade de quem tão pouco tem e tanto pode oferecer.

Voltei para casa devagarzinho, por uma estrada estreita cheia de natureza. Dunas branquinhas, pontes estreitas, crianças banhando-se no rio. Enfim, esse Natal me está sendo uma verdadeira bênção. Nada de supermercado, ceia, roupa bonita, mão e pé por fazer, roupa, presentes... 

Nem lamento a ausência dos que me são preciosos, filhas e amado. O "tudo” me impregnou de tal forma que acho que se milagre existe estou vivendo um, por que, além de tudo e todos que me cercam e sua vital importância, estou vivendo o meu verdadeiro Natal, só meu, onde meu tempo e alma posso dispensar aos gatos, cachorros, plantas do jardim e pessoas tantas que de mim possam se aproximar.

Quero dizer com tudo isso é que a simplicidade e a ausência de complexidade podem acabar sendo nosso melhor presente.

Amo vocês. Eternamente.

Elizabeth Kieling (3)


Notas: 

1. Praia da Ribanceira, Garopaba, SC, Brasil.

 Veja em  http://www.imbituba.sc.gov.br/Turismo/ribanceira.php?set=10 

2.  Siriú, Garopaba, SC - Direitos autorais da imagem - Groundzero  in <http://www.flickr.com/people/groundzero/>   Licença CC  -2.0  . 

Endereço da imagem in

<http://www.flickr.com/photos/groundzero/121207925/sizes/l/>

Para saber mais verifique em 

http://creativecommons.org/licenses/by/2.0/deed.pt>


3. Elizabeth Dehnhardt da Silva Kieling, Historiadora formada pela ULBRA –Universidade Luterana do Brasil- Canoas – RGS.  E-mail  enviado pela autora em 24/12/2008. Autorizada a sua publicação em 27/12/2008. 

E-mail: bethkieling@hotmail.com


 




sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Feliz Natal


Feliz Natal

Desejo-vos a todos uma grande onda de amor fraterno.
A todos os meus familiares, a todos os meus irmãos e aos meus amigos, uma onda que percorre todo orbe terrestre, como que acompanhando o sol, despertando em todos os corações o sentimento de igualdade e de fraternidade; a liberdade é um passo consequente das outras duas...    penso...
 
O Natal
época de felicidade, sempre me fez sentir triste de alguma maneira,
como se toda a felicidade do planeta  e toda tristeza colocadas na balança, terminassem em resultados desastrosos.
 Agradecemos ao Criador pela vida que Ele deixou-nos a todos criar em 
nossos lares e vidas e que leve a todos os demais povos que precisam de sua força este amor que constrói um mundo melhor.
Uma grande roda de chimarrão passa de mão em mão todas as cuias em forma de coração bombando água quente sorvendo em comum união.
 Um abraço gigante a todos.
 Ricardo Lorenz Junior.


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

DIE WÜRCHS IN BOBRITSA

Amo - Olga Lenz Pedde erzählt!
Ja, wir waren in Neumanowka (Neumanufka - jetz Zubrinka?), die Würch waren in Bobritz (Bobritsa, Bobritschowka, Bobritshi).
Es waren Nachbardörfer.
Wen man die Strasse entlang ging war es Gans weit,
aber wir gingen durch das Feld direkt schräge rüber.
Da war es garnicht so weit.
Das war ungefähr ein halbe Stunde Gang zeit.
Zwei oder Drei Kilometer und dann waren wir schon da!
Die Würchs hatten eine Dampfmühle.
Sie bekamen die Mühle zurück nach der Verschickung!
Es wahr ein großes Haus gewesen. In Bobritsa.
Da war der alte Ludwig Würch, Elsa, Hanchen,
Arthur (wir nannten ihm Große Arthur, schon in Brasilien),
Linchen und Elmar.
Die Mutter war eine Sanders Tochter.
Emilie Steinke war ihre Schwester.
Otilie (Würch) Feld verheiratet mit Jonathan Feld war
Elsas Halbschwester.
Der Alte Ludwich war Witwer geworden, da Heiratete
er eine Sanders Tochter.
Mit die erste Frau hatte er zwei Kinder so weit ich weis.
Der Sohn Kamm nach Paraguay.
Er ist früher ausgewandert.
Der alte Würch hatte Brüder.
Aber er wahr der einzige Besitzer der Mühle.
Da waren viele Würchs gewesen.
Auch in Neumanufka war eine Würch Familie.
In Würchs Hause war immer eine
Monatliche Versammlung der Brüdergemeinde.
Da kamen Sie von andere Dörfer zusamen.
Sonst hatten Sie Andacht am Sonntag Nachmittag.
Vormittag waren sie Meistens in der
Evangelischen Kirche.
Die Brüdergemeinde (1) war schon
sehr Groß in Wolynien.

Olga Lenz Pedde, August 2008. Mit hilfe Edith Söhngen.
Wollen Sie mehr wissen:
1. Über die Brüdergemeinde in Russland - suchen Sie in
http://de.wikipedia.org/wiki/Evangelisch-lutherische_Russlanddeutsche.

Os Würch's em Bobritsa
Tradução
Amo - Olga Lenz Pedde relata!
Sim, nós estávamos em Neumanowka (Neumanufka - agora Zubrinka?)
os Würch moravam em Bobritsa (Bobritz, Bobritschowka, Bobritshi).
São aldeias vizinhas.
Quando se seguia pela estrada o caminho era bem longe,
mas nós atravessávamos diretamente pelo campo.
Então nem era tão longe.
Mais ou menos uma meia hora de caminhada.
Dois ou três quilômetros e então estávamos lá.
Os Würchs tinha um moinho movido por
máquina a vapor.
Eles tiveram o moinho devolvido quando
do retorno da emigração forçada (verschickung)!
A casa dos Würch era grande em Bobritsa.
Lá estava o velho Ludwig Würch, Elsa,
Hanchen, Arthur (o chamávamos de Grande Arthur,
já no Brasil), Linchen e Elmar.
A mãe era uma filha dos Sander's .
Emilie Steinke era a irmã dela.
Otilie Würch Feld era casada com Jonathan Feld
era meia irmã de Elsa Würch ( Bartz).
O Velho Ludwich era viúvo,
quando casou com a filha dos Sanders.
Com a primeira mulher ele teve dois filhos,
tanto quanto sei.
O filho emigrou para o Paraguai em época anterior.
O velho Würch tinha irmãos.
Mas ele era proprietário único do moinho.
Havia muitos Würchs na região.
Também em Neumanufka havia Würchs.
Na casa dos Würchs havia sempre uma reunião
mensal da Comunidade de Irmãos (Brüdergemeinde).
Eles se reuniam no local e vinham das aldeias vizinhas.
Normalmente as reuniões semanais davam-se
no domingo  à tarde.
No domingo  pela manhã havia culto na
Igreja Evangélica Luterana.
A comunidade dos irmãos era bastante grande
na Volynia.
Olga Lenz Pedde, agosto 2008.
Com ajuda de Edith Söhngen.

Para saber mais:
1. Em breve pesquisa obtivemos as coordenadas da vila de Bobritsa (escrita correta!) : Latitude 50.68333, Longitude 28.13333 ou DMS - Latitude 50 41'N; Longitude 28 8'E e Zubrinka(Neumanofka) - coordenadas 50 37'N, 28 19'E ou Latitude 50.61667, Longitude 28.31667. Dados não confirmados.
2. Existe um "site" sobre as origens da Família Würch - procure em < http://www.whichwxxrchiswhich.info/ > .

LUSOFONIA





Oi queridos, compartilho ai com vocês mais um momento "China". A Festa da Lusofonia de Macau. Meu terno e caloroso abraço a todos. Amo vocês!

Elizabeth Dehnhardt da Silva Kieling,  Shenzhen-China. 




LUSOFONIA

 

           Há onze anos acontece em Macau a Festa da Lusofonia. O objetivo é reunir todos os países de língua portuguesa, hoje, no mundo. Guiné Bissau, Cabo Verde, Angola, Porto Príncipe, Moçambique, Timor Leste, Macau...são exemplos de como a presença portuguesa conseguiu fazer sua história, transformando esses ambientes, de forma a deixar sua marca tão característica, sensível não apenas na língua, mas também através de sua inserção nos hábitos e costumes locais. Uma das características da colonização portuguesa foi o da pouca intervenção nas culturas locais, permitindo aos povos dominados seguirem seus cultos e tradições. O Brasil é um exemplo vivo d isso. Nas senzalas os negros faziam suas festas, incrementavam sua culinária, adaptando-as as condições e recursos locais. Somos o resultado dessa fusão. O artesanato, a arquitetura, a música, todos apresentam-se, também, como um resultado dessa miscigenação. Andando pelos espaços destinados aos diversos países é sensível perceber a força dessa união de raças. A alegria é a tônica. Os risos misturam-se aos batuques e fados. Os cheiros impregnam o ar. Na “barraca” do Brasil a fila da caipirinha mostra a concorrência desleal. Uma  mistura  realmente mágica. O ritmo do samba e da capoeira, por uns instantes, nos faz esquecer que estamos do outro lado do mundo. No microfone as chamadas para a festa são em português e chinês. A partir de 1999, com o acordo assumido pelo governo chinês à incorporação de Macau a China, a festa passou a designar-se de “Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa”. No espaço destinado à China, mãos habilidosas e ágeis fazem recortes com dobraduras de papel (“flor de janela”), uma arte milenar que o português incorporou ao adornar prateleiras e armários, babadinhos... Mais adiante um tecelão angolano mostra sua arte num tear manual. Um grupo do Cabo Verde reúne-se a declamar poesias em língua crioula (chamada de “pidgin”, processo pelo qual culturas de línguas diferentes, multilíngüe, criam um dialeto próprio, língua natural) resultado da língua nativa africana com o português de Portugal. Entre os passantes, surge como que por encanto, uma típica noiva portuguesa, diferente da noiva tradicional, ostenta um vestido preto, adornado por muitas correntes douradas, “Noiva do Minho”. Logo atrás vem um homem negro num lindo traje africano, roupão longo com rica e colorida estampa. Aproxima-se um rapaz chinês com cabelo em estilo “rastafari”, capoeirista, morador de Hong Kong. O mundo tornou-se muito pequeno ali. É fascinante como após tantos anos de conquistas, dominações, batalhas e guerras, unem-se os diferentes numa alegre festa. Seria esse o destino do homem, misturar-se tanto até formar um só? Ou essas festas são apenas um momento mítico a mascarar a dor da segregação e da distancia cultural que persiste entre os povos?  Seria possível um dia, vivermos realmente, nessa perfeita harmonia? “Mundofonia” é disso que precisamos.

Elizabeth Dehnhardt da Silva Kieling
Historiadora formada pela ULBRA –
Universidade Luterana do Brasil- Canoas – RGS
Residindo atualmente na China ( Shenzhen), escreve um livro sobre Macau.

Matéria enviada pela autora em 10/11/2008.

E-mail autora: bethkieling@hotmail.com



quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Amo - Brincadeiras de criança

Einen, deinen, dicken, daken
fünfzehn Beine müssen knacken,
in der Not, Kirschen Brot,
pif, paf, pui,
Hase, Hund, Bist Du!
( Und dann sind sie gelaufen!)

Einer bangt sich,
Zwei zanken sich,
Drei schlagen sich,
Vier vertragen sich!


Eine Beine, runke, funke,
schnippe, schnappe, kaise lappe,
Puffe, tille, raus!

Olga Lenz Pedde - agosto de 2008

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Macau, uma história portuguesa na China

Elizabeth Dehnhardt da Silva Kieling, Historiadora formada pela ULBRA – Universidade Luterana do Brasil - Canoas – RS. Residindo atualmente em Shenzhen-China. Escreve um livro sobre Macau.
Qualquer ocidental ao desembarcar no Extremo Oriente, recebe de improviso uma série de sensações novas, provenientes de um meio em que as mesmas causas geradoras da vida apresentam um efeito com o seu quê de diferente. O visitante nesse primeiro encontro, na maioria das vezes, tece uma análise errônea, como ao ver certos quadros da vida oriental como atrasos de civilização. Estes “atrasos”, nada mais são que costumes e hábitos diferentes, dirigidos a nós possuidores de uma mentalidade diversa na percepção de certos fenômenos da vida social.
O chinês é arraigado a princípios ancestrais conservadores, emérito das tradições e sentido de modo diferente, não é com facilidade que adota novos processos de vida. Faz com tranqüilidade aquilo que viu fazer seus pais, e geralmente não procura discutir se essa maneira de proceder tem muito ou pouco de racional. Por isso o executar de trabalhos rudes e penosos tanto por homens e mulheres indistintamente. Esse povo com suas crenças, cultura e sociedade já tão fortemente fixados foi o que os portugueses encontraram por toda a Ásia, no caso específico em Macau.
Diferentemente do Brasil, o processo colonizatório não teve o mesmo resultado, que foi o da total e completa assimilação cultural lusitana, houve sim um convívio paralelo, produto único do intercâmbio e simbiose cultural entre China e Ocidente que perdura por mais de 450 anos de história.
Desde que os portugueses estabeleceram um porto comercial na Península entre 1554/1557, torna-se Macau o principal ponto de acesso à China, criando um canal privilegiado para o intercâmbio mútuo de conhecimento científico e tecnológico ocidental e chinês. Depois de Marco Pólo, é esse intercâmbio, responsável pela divulgação da cultura chinesa por toda a Europa.
Durante as dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911) vários missionários católicos entram na China através de Macau, promovendo e divulgando a fé cristã, entre conceitos filosóficos, por milênios enraizados, como o Confucionismo, Taoísmo e Budismo. Trazem consigo além das palavras e textos utilizados à evangelização, também outras tantas atividades culturais e científicas como nas áreas da matemática, astronomia, arquitetura... Constituindo um notável exemplo de caráter multicultural que torna Macau um patrimônio vivo de raiz européia que encontra-se ainda intacta sobre solo chinês. Macau ilustra um capítulo na História da Humanidade através do encontro duradouro entre o Ocidente e a China, visível em sua arquitetura, templos, igrejas, livrarias, restaurantes, nomenclatura de ruas e estabelecimentos, festas típicas, enfim, todo um contexto regional marcado pela forte presença da cultura milenar chinesa em conjunto com hábitos e “modus vivendi” ocidental, gerando um excepcional legado patrimonial. As condições de estabilidade social e coexistência pacífica, no geral, em muito contribuiu para o bom estado e conservação desse patrimônio, através da manutenção da integridade urbana das zonas históricas, como a preservação dos monumentos arquitetônicos locais. Essa “identidade” histórica, vê-se hoje acrescida de uma arquitetura moderna e futurista, presente na construção dos cassinos, avenidas e pontes que fazem a ligação das partes extremas e ilhas adjacentes como Coloane e Taipa.
A partir de Dezembro de 1999 a administração local, antes totalmente portuguesa, passa a ser assumida pela China, porém permanecendo ainda presente em alguns domínios como o do judiciário, cujas leis adaptadas aos moldes chineses passa pelo crivo de um juiz de direito ainda designado por Portugal. Essa (RAEM) Região Administrativa Especial de Macau possui a mais elevada densidade populacional do mundo, com uma renda per capita das mais elevadas da Ásia. No diminuto território cuja área total é de 23,8Km2 incluindo a Península de Macau com 7,8Km2, respira uma atmosfera cosmopolita, tolerante nas suas práticas e vivências. Calcula-se que a população gire em torno de 450.000 habitantes, onde cerca de 96% de etnia chinesa, provenientes de diferentes províncias, os restantes 4% são compostos por portugueses, povos oriundos de países de língua portuguesa, outros europeus , filipinos e tailandeses. As línguas oficiais são o Português e Chinês, sendo o dialeto cantonense o mais falado. Tais línguas são utilizadas nos departamentos governamentais, documentos oficiais e comunicados. O inglês funciona como língua franca de comunicação, usada nos negócios, lojas, restaurantes e hotéis.
A moeda oficial corrente é a Pataca (MOP$), equivalendo oito patacas a um dólar americano. Hoje a atividade responsável por 79% da receita de Macau encontra-se ligada ao jogo e aos cassinos, por isso considerada a “Las Vegas” da Ásia. Por muitas décadas este é responsável pelo exotismo, mistério, decadência e glória de Macau.
Apresento Macau como “pano de fundo” para poder estabelecer um paralelo entre dois casos bem específicos como contemporâneos diante dos projetos expansionistas europeus. Diferentemente da Ásia, o Brasil assume de forma muito mais abrangente a língua e costumes portugueses, gerando o que se pode chamar de um longo e progressivo processo e aculturação, onde culturas já existentes como a indígena pouco a pouco vem cedendo espaço ao “novo”, tornando-se estas “diluídas” ou assimiladas dentro dos contextos sociais que a partir da chegada portuguesa se configuram. Esse passado histórico para nós é tido por “pré-colombiano” ou “pré-hispânico”. Inicia-se com a descoberta da América pelo genovês Cristóvão Colombo (1492), que chegando ao Caribe julga tratar-se da Índia, eis que a seus habitantes chama de “índios”. Este é seguido pelo português Vasco da Gama que em 1498 chega ao litoral ocidental da Índia. Entre os séculos XIV e XIX todas as partes não exploradas da Terra passam a ser “descobertas”. No caso da América encontram populações organizadas em tribos, vivendo como caçadores coletores, também outras civilizações em estágio tecnológico, em vários aspectos mais avançados que a Europa, como Astecas, Maias e Incas . Estes colonizadores encontram tribos rivalizadas entre si, muitas praticando o canibalismo. Algumas resistindo à presença invasora, já outras pelo fascínio deste “novo” e pelo tanto de novidades que traziam, a iniciar pelas grandes naus com suas velas infladas, as indumentárias, roupas e botas, armas de fogo e canhões... aderem pela curiosidade e desejo. Foram assim os portugueses dominando o território. Devo citar aqui as doenças, que pela simples presença “branca” assola milhares e milhares de nativos (gripe, catapora, varíola, sarampo...) cuja medicina ritualística e ervas não conseguem aplacar. A questão do imaginário também o foi relevante. Existia a crença de que a vida passava por ciclos, e que cada período ruim de catástrofes e maselas sobrepunha-se outro de bem aventurança. Motivos somados, pouco a pouco as populações e grupos vão se extinguindo, muitos sem sequer deixar vestígios que não os arqueológicos. Assim sucedeu-se a dominação portuguesa em terras brasileiras, que oposto da Ásia acaba assumindo de forma mais evidente a cultura européia. Já a China, possuidora de uma cultura e civilização muito mais antiga e estruturada, o processo de dominação dá-se de forma diferente. No caso específico de Macau ocorre um “paralelo” cultural, onde duas culturas coexistem lado a lado sem que uma consiga interferir ou sobrepujar a outra. Em nosso país, primeiramente diante da dominação portuguesa, mais tarde negros vindos da África, italianos, alemães, japoneses, chineses, poloneses entre outros. O “mix” cultural intensifica-se, calcado numa forte presença lusitana ainda dominadora, presente em todas as instancias da sociedade que começa a estabelecer seus contornos, tendo por produto um indivíduo miscigeno, fruto das diversas raízes a quem designamos chamar de “povo brasileiro”. Em Macau o “macaense” é o resultado do produto europeu – chinês. Esse com traços visivelmente asiáticos vê-se como um indivíduo meio a margem, visto que habita um espaço de forte influencia chinesa que prima pela sua ancestralidade e costumes. Encontra-se, portanto o Brasil irmanado a Macau apenas no que tange as marcas e influencias deixadas pelos colonizadores em suas terras, sendo estas assumidas de forma totalmente diferente por um país e o outro.
Concluo, pois, que povos e culturas fortemente enraizados, dificilmente são, em sua totalidade, dominados.
Acredito que com a transferência total de Macau (50 anos) aos domínios chineses a presença lusitana seja totalmente aniquilada ou absorvida, permanecendo viva apenas nos monumentos arquitetônicos já tombados, e na insistente presença de uma minoria portuguesa que por saudosismo ou identidade chula, permanecerá.


Elizabeth Dehnhardt da Silva Kieling
Historiadora formada pela ULBRA –
Universidade Luterana do Brasil- Canoas – RGS
Residindo atualmente na China ( Shenzhen), escreve um livro sobre Macau.



Matéria enviada pela autora em 06/08/2008.

E-mail: bethkieling@hotmail.com

Para saber mais:

http://maps.google.com/maps?q=macau&rls=com.microsoft:pt-br:IE-SearchBox&ie=UTF-8&oe=UTF-8&sourceid=ie7&rlz=1I7GGLR&um=1&sa=X&oi=geocode_result&resnum=1&ct=image

Wikipédia:    http://pt.wikipedia.org/wiki/História_de_Macau

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Como referenciar o Blog ou suas Estórias

Por favor, use a seguinte referência:
Söhngen, Ingo Dietrich 2007/2008.
"(Nome da Estória)" in http://comunidade-amigosdaamo-olgalenzpedde.blogspot.com/
Direitos autorais detidos por Söhngen, Ingo Dietrich - 2007/2008 - Porto Alegre, Brasil quando não citada outra fonte original.
Esta obra pode ser copiada desde que citada a fonte e preservado o seu conteúdo original.
O conteúdo do Blog não pode ser utilizado para fins comerciais ou políticos.

Iracema - Santa Catarina

Ao chegarem a Iracema a leva de emigrantes integrada pelas famílias Lenz e Pedde foi acolhida em acampamento.
Logo após, os Lenz foram hospedados em galpão de uma família de colonos chamada Spanenberg, onde passaram alguns dias.
Olga Lenz e Leonhard Pedde juntamente com Olga Pedde e Otto Netzlaff casaram no civil e posteriormente foi efetuada cerimônia religiosa. O casamento civil foi realizado no Cartório – para onde três casais foram levados pelo Sr. Strassburch.
Segundo a Amo três “Olgas” casaram na ocasião. Posteriormente os Netzlaff construíram cabana em sua colônia e os Lenz construíram outra.
Jonathan, foi o primeiro da família a sair da colônia de Iracema vindo para Porto Alegre.
Com base em carta enviada por Jonathan, os Pedde e os Netzlaff deixaram Iracema viajando também para Porto Alegre. Os Lenz – Adolf, Adoline e Reinhard – juntaram-se aos demais em Porto Alegre alguns meses mais tarde.
Datas corretas.
Nas diversas anotações encontradas, existe por vezes, disparidade nas datas dos acontecimentos. Na medida do possível tais questões deverão ser elucidadas.
Para saber mais: Iracema-SC
The last few letters in the archival papers seems to bring some closure to the Harbin, China refugee story. We read of difficulties in the settlement arrangements. The refugees were sent to a different land area than originally planned that was located in the far southern corner of the State of Santo Catherina at the River Uruguay. They would be under different supervision, one who was not considered very trustworthy, according to the letter writer.The refugees would be under the jurisdiction of the Rio Grande Lutheran Synod that was at the time without a pastor. And the area of settlement was too small to accommodate the number of families. The settlement also was farther away from the main communities of Castro or Ponta Grossa. And, upon their arrival at the Brazilian port a revolution was brewing in the southern portions of Brazil.The Lutheran World Convention also needed to collect more funds to bring a successful conclusion to the work. The writer of the letter to the Lutheran Church of Denmark states, "Dr. Morehead started this work as a matter of faith and we want to see it concluded with honor and credit to all who have been connected with it." The letter also indicates that the final cost of the project is now $66,000.A loan from the revolving fund of the Nansen International Office for Refugees of the League of Nations in Geneva, Switzerland was undertaken indicating that reimbursements would be made by the Lutheran World Convention on a yearly basis through 1937. The agreement was signed in a shaky handwriting by Dr. Morehead on September 26, 1932.
In http://feefhs.org/fij/harbin.html
Links:
1) http://docs.google.com/Doc?id=d6d8nmt_2639gvcs8 – Lista de refugiados alemão/ucraniano (russian/deutche) Harbin-China leva 1932]
2) http://pt.wikipedia.org/wiki/Holodomor - O holocausto ucraniano.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A longa caminhada

Famílias Lenz e Pedde confraternizando - por volta de 1952 - Ijuí -RS



As famílias Rosenberg/Lenz/Pedde

As origens das famílias Rosenberg, Lenz e Pedde não são completamente conhecidas até a presente data. É sabido que as famílias emigraram da Áustria e Pomerânia por volta de 1860 localizando-se no território da atual Ucrânia.
É ponto de referência na Ucrânia, a região de Volinia ou Novograd Wolinsk_Bolarke.
Em 1914 Adolf Lenz – pai da Olga Lenz (Amo), Jonathan e Reinhardt Lenz - foi recrutado para servir o exército do Tzar. Adolf Lenz era veterano de guerra pois havia participado da Guerra Russo-Japonesa em 1904-1905.
Em 1915 crianças e mulheres e os que haviam ficado nas aldeias foram mandados para a Sibéria, em razão do avanço das tropas alemãs. O retorno deu-se em 1919. Muitos haviam morrido.
As famílias que voltaram não encontraram suas colônias e casas intactas. Tentaram reconstruir suas vidas em novas aldeias.
Em 1919 – Adolf Lenz retorna da Guerra. Havia permanecido com prisioneiro de Guerra na Alemanha. Era Mecânico especializado. Por ter sido subtenente no exército do Czar passou a ser perseguido.
Em 1929 - a família Lenz, na tentativa de evadir-se do Comunismo que avançava – resolveu emigrar para a região do Amur já com intuito de atravessar a fronteira Russo-Chinesa.
Seis familias, 25 pessoas, emigraram da aldeia Ucraniana para a região do Rio Amur onde permaneceram por seis meses. Período em que a leva de colonos refugiados aumentou.
Os soviets iniciaram as prisões e perseguições também na região do Rio Amur. Inúmeros colonos foram presos e nunca mais se soube deles.
Como tantos outros, o grupo dos Lenz preparou a fuga para a China Continental. Chegaram a Imam no início de março de 1930.
O rio Ussuri foi cruzado à noite em uma caminhada de 18 horas com neve até os joelhos. Havia a guarda russa na fronteira que tinha ordens de atirar em quem fosse encontrado atravessando a fronteira.
A travessia foi realizada pelas famílias Lenz (5), Pedde (2) e Milke (3), todas da Volínia na atual Ucrânia. Data provável da travessia 02 de março de 1930.
Os Milke eram três, Adolf, Herta e Klara. Klara, criança de semanas foi carregada por Olga Lenz ao atravessar a fronteira.
Os Golnick iniciaram a travessia, porem por cansaço da esposa Linna tiveram que retornar. O cobertor de penas de Olga Lenz foi dado para a esposa do Sr. Golnick.
Mais tarde, os Golnick conseguiram juntar-se ao Grupo ainda na aldeia fronteiriça de Khulistisian, na China.
Os Golnick eram aparentados com os Milke. Herta Milke era irmã de Adelina Golnick.
Olga Pedde – irmã de Leonhard Pedde - carregou criança de cinco meses dos Golnick (Arno?) durante a travessia. Olga Pedde trabalhara na casa dos Golnick em Dobritz - Volinien - como “stuben mädchen” - “Magd” - algo semelhante à babá e por esta razão quando os Golnick resolveram fugir para a China foi convidada a acompanhá-los. A mãe de Olga Pedde - Augusta Pedde – impôs como condição de liberação a presença do irmão Leonhard Daniel Pedde.
A travessia do Rio Ussuri durou das 8 horas da noite até as 10 horas do dia seguinte quando alcançaram o vilarejo de Kolinjian, na China.
Olga Lenz (Amo) calçou sandálias com meias sobre a sandália o que fez com que não tivesse qualquer problema nos pés. Nesta caminhada quatro pessoas tiveram os pés congelados. Duas pessoas tiveram perda de artelhos. Sendo uma delas a Sra. Olga Pedde Netzlaff, irmã de Leonhard Daniel Pedde. No primeiro período de permanência em Chulinsjan (Kulingian) o grupo ficou em “estalagem”. Posteriormente alugaram pequena casa de um quarto onde permaneceram até a retomada de sua jornada em 02/05/1930. Para seguir adiante o grupo de 13 pessoas (duas crianças de colo) adquiriu um cavalo. O cavalo teria sido comprado por Heinrich (nome de família).
Carroça de duas rodas foi construída por Adolf Lenz em conjunto com Heinrich. Nesta carroça foram transportadas as duas crianças de colo, Olga Pedde e Adolf Milke. Os dois adultos apresentavam sérios problemas nos pés. Milke já amputara os dedos do pé e Olga Pedde teve amputado o pé em Harbin.
Heinrich e sua esposa permaneceram na China. Pelo menos não constaram na leva de 1932 que veio para o Brasil. O Sr. Adolf Milke foi ajudado por Leonhard Daniel Pedde (Apo) para fazer suas necessidades no período de convalescença.
A criança dos Golnick (Arno) faleceu em Harbin (não confirmado).
A frágil Sra. Linna Golnick faleceu em Harbin, vindo o Sr. Reinhardt Golnick a casar novamente com Alwine.
Olga Lenz Pedde conta que antes de falecer a Sra. Linna teria indicado três jovens ao Sr. Golnick, entre elas A Srta. Alwine, a própria Olga Lenz e Olga Pedde.
Golnick não chegou a fazer qualquer proposta para Olga Lenz que já estava interessada em Leonhard Pedde. Outras famílias juntaram-se aos Lenz.
Ainda na aldeia fronteiriça de Chulinsian na China, Olga Lenz, posteriormente Pedde remeteu carta ao Consulado Alemão em Harbin relatando a situação dos fugitivos de origem alemã. Jonathan Lenz, irmão da Amo, foi mandado para Harbin por Adolf Lenz e presume-se tenha entrado em contato com o cônsul alemão em Harbin. Jonathan foi acompanhado em seu deslocamento até Harbin por três jovens russo/alemães que posteriormente integraram a leva de 1932, porém, ficaram no Rio de Janeiro. Presumem-se os nomes Keller e Hintz.
Em 02 de maio de 1930 as famílias da pequena leva de fugitivos iniciaram caminhada a pé que durou cinco dias ao encontro de transporte – ônibus – providenciado pelo Consulado Alemão. Com o veículo o grupo foi transportado 100 km adiante, até a estação ferroviária, onde foram embarcados para Harbin.
Segundo dados compilados por Edith Söhngen:
a) O grupo permaneceu três meses em Chulinstjan.
b) Olga Lenz escreveu para o Consulado Alemão em Harbin tendo como destinatário o “General Stobe”.
c) O grupo já estava se deslocando de Chulinstjan quando foi alcançado pelo emissário alemão, – um Menonita chamado Jakob Neufeld que colocou todos em um ônibus e os levou os 100 km restantes até Pogranisch – onde havia uma estação de trem. Por ferrovia alcançaram Harbin.
Detalhes a respeito do congelamento dos pés.
Conta a Amo - Olga Lenz Pedde - que o seu irmão Reinhard Lenz – nascido em 24/01/1920 - teve os dedos do pé congelados na travessia. A lembrar que Olga Pedde e Adolf Milke, também sofreram do mesmo problema. Seguindo conselhos dos chineses da vila de Chulinsian os pés do menino foram banhados em água gelada. O resultado foi excelente, posto que ao contrário dos adultos o menino recuperou-se rapidamente.
Segundo a Amo o congelamento dos dedos dos adultos era mais avançado.Conta Amo que o seu irmão sempre se queixou de dores nos pés, por toda a vida.
Carta ao Consulado
Na questão referente a carta enviada ao Consulado Alemão por Olga Lenz e o envio de Jonathan Lenz (na época com 19 anos) para Harbin, afirmou a Amo – 28/07/2007 - que a carta já havia sido recebida pelo consulado e Jonathan ao chegar a Harbin falou com o Pastor Luterano "Kastler", que da mesma forma, já sabia da questão da imobilização dos dois enfermos.
Jonathan, portanto, reforçou a necessidade de ajuda, que como já relatado foi enviada.
Em Harbin os Lenz e os Pedde permaneceram durante dois anos trabalhando nas mais diversas funções. A “Amo” foi empregada doméstica. Leonhard Pedde “atuou” como cozinheiro e supervisor de compras de rico Senhor Chinês. As estórias atinentes dariam outro livro.
Passados dois anos, o Governo Alemão concedeu passaportes de viagem para os fugitivos.
Ajuda humanitária providenciou o translado de 400 pessoas para Xangai, onde a leva foi embarcada no navio de nome Portos com destino ao porto francês de Marselha.


O navio Portos

Posteriormente foram embarcados em Bordeaux no navio Lipari com destino ao Rio de Janeiro. A chegada ao Brasil deu-se em 27.06.1932. A leva ficou alguns dias na Ilha das Flores sendo reembarcada com destino a Porto Alegre em outro navio de nome Pará no dia 06 de julho de 1932.
A chegada a Porto Alegre deu-se no dia 12 de julho de 1932 as 11 horas e quarenta e cinco minutos. Reembarcados em trem às 5 horas e quarenta e cinco minutos. O trem partiu às 18 horas de Porto Alegre chegando a Santa Bárbara às 18 horas da tarde do dia 13 de Julho de 1932. A chegada em Iracema deu-se no dia 16 de Julho de 1932 as 13 horas.

O Navio Lipari
Observação: Para quem estranhar o conhecimento da hora exata. Os dados estão compilados em diário de Adolf Lenz que está sendo transliterado e posteriormente deverá ser traduzido.

Olga Lenz Pedde e Leonhard Daniel Pedde


Olga Lenz Pedde – Amo – (1) nascida no dia 22 de dezembro de 1908 em “Volinien”, (Volhynia) Ucrânia. Filha de Adolf Ludwig Lenz e Adoline Lenz, nascida Rosenberg. Juntamente com os pais e os irmãos Jonathan e Reinhard fez parte do grupo de refugiados de origem alemão-ucraniana - "Volinien Deutsche" - auxiliados pela missão "Bruder in Not" - "Irmãos em perigo" liderada pela Missão Luterana em Harbin China e que fizeram parte do grupo de 400 imigrantes enviados para o Brasil conforme documento datado de 22 de abril de 1932. O nome da família consta nos documentos compilados pela "Lutheran World Commission (LWC) of New York City, USA" - Comitê Executivo da Convenção Mundial Luterana - mais tarde arquivados na "Evangelical Lutheran Church of America (ELCA, Chicago, Illinois)" de onde foi obtida cópia com direitos de © copyright 2001 a Virginia Less e John Movius. (2)
A leva de refugiados deixou Harbin no dia 02 de maio de 1932 embarcada no navio de nome Portos (Forthos) aportando em Marcela (Marseille) França na data de 11 de Junho de 1932. O grupo foi transportado via ferroviária para o porto de Bordeaux – França onde embarcada no navio Lipari deixou o porto na data de 12 de junho de 1932 em direção ao Rio de Janeiro – Brasil.
A história dos refugiados é muito pouco divulgada no Brasil. Consta que os mesmos estavam prestes a ser devolvidos para a União Soviética pelo Governo Chinês - com conseqüências imprevisíveis.(3) Por interferência de pastor Luterano em Harbin - Pastor Kastler - iniciou-se um movimento que levantou fundos em prol dos refugiados com valores suficientes para fretar navios e adquirir área de terras no Brasil para duas levas de refugiados. Outras levas foram enviadas para os EUA, Canadá e Austrália. A iniciativa do Pastor Kastler e da LWC é uma das primeiras iniciativas com resultados profícuos no campo do direito internacional atinente a refugiados.
O caminho percorrido por cada uma das famílias de refugiados desde a Ucrânia até o Brasil seria motivo de vários romances tal a riqueza de estórias contadas.A família Lenz (cinco pessoas) em conjunto com Olga Pedde e Leonhard Pedde fizeram parte da leva enviada para Santa Catarina - região do rio Iracema. Olga Lenz casou-se em Santa Catarina com Leonhard Pedde e Olga Pedde casou-se com Otto Netzlaff passando a denominar-se Olga Netzlaff.
As famílias Lenz, Pedde e Netzlaff desistiram da lide agrícola em Santa Catarina e transladaram-se para Porto Alegre onde foram empregados em empresas locais. Gradualmente mais e mais famílias foram deixando Iracema e retornando a Porto Alegre ou transladando-se para Curitiba-Paraná.
Os refugiados instalaram-se nas ruas Felicíssimo de Azevedo, Koseritz, Marcelo Gama e São Pedro em Porto Alegre. Entre as famílias contavam-se os Bartz, Bohn, Busenius, Feld, Holz, Ickert, Schulz e Neumann, entre outras.
Os Pedde e os Lenz emigraram para IJUÍ-RS em 1947. Os Netzlaff adquiriram colônia em GIRUÁ-RS. Os seus descendentes são agricultores e comerciantes na região de Santa Cruz de la Sierra - Bolívia e Taquari - Mato Grosso - Brasil.
Leonhard Pedde – Apo -, consolidou-se como moveleiro e foi durante muitos anos ativo integrante da Diretoria da Sociedade Ginástica de Ijuí - RS e assíduo jogador de bolão, faleceu em 1993 em Porto Alegre. Olga Lenz Pedde foi integrante do coro da Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Ijuí, têm 99 anos de idade, seus descendentes residem em Ijuí, Porto Alegre, Rondonópolis, Mato Grosso e São Paulo.

Notas:
1. O apelido “Amo” e “Apo” surgiu da inversão do termo “Oma” e “Opa” que em alemão significa “Avó” e “Avô”.
2. Alfred Janke detém cópia da lista original. A lista compilada e publicada pela pesquisadora norte-americana Virginia Less não tem as informações constantes no documento arquivado por Alfred Janke. Notóriamente a lista compilada pela Senhora Less desapareceu do endereço em que constava tendo sido republicada pelo sistema Google Doc's pelo redator do presente Blog.
3. Texto da pesquisadora norte americana Virginia Less retrata o drama político da questão dos refugiados ucranianos em Harbin.

sábado, 19 de julho de 2008

O Baú

Uma mala de madeira em pinho chinês construída por Adolf Lenz em Harbin, China por volta de 1931/1932 foi encontrada no galpão da casa da Amo (Olga Lenz Pedde) em Porto Alegre.
Haverá uma tentativa para restaurar o baú ao estilo original. Um pedaço da história da Família Lenz/Pedde é retratada por simples Baú. Nele foram depositados os pertences da família na travessia oceânica. O Baú sobreviveu aos cupins que por sinal não o atacaram. São aproximadamente 76 anos de andanças da família. Harbin (1932), Rio de Janeiro (1932), Porto Alegre (1932), Iracema em Santa Catarina (1932), Porto Alegre (1933), Ijuí (1947) e Porto Alegre novamente (1992). Agora (2008) foi transportado para Peruíbe em São Paulo.
Nota: Segundo apurado Adolf Lenz usava terebentina e querosene como conservantes da madeira (Edith S.) O querosene era denominado "Petroleum". É provável que ao construir o Baú em Harbin na China tenha utilizado terebentina. O curioso é que o Baú não foi atacado por cupins, passados 76 anos.

Link: http://www.cetesb.sp.gov.br/Emergencia/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=TEREBENTINA

domingo, 8 de junho de 2008

Autorização de Olga Lenz Pedde


Observação: Foram suprimidas as identificações por questões de segurança. Os originais encontram-se arquivados.













quinta-feira, 22 de maio de 2008

O Gelo no porão

Conta a Amo – Olga Lenz Pedde – que em Orenburg na Rússia (1916/1918) as famílias mais abastadas estocavam gelo no porão para consumo no verão. Como o gelo era estocado a ponto de sobreviver a alguns meses adentrando o verão ela não soube dizer.
Já em Harbin (1930/1932), China, ela também viu a estocagem do gelo no porão quando trabalhou para a família Fischer.
Para saber mais:

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Acidente com a "Amo" -Olga Lenz Pedde

Queda da Amo 14/04/2008.

A "Amo" - Olga - nos deu um susto na segunda-feira dia 14/04/2008. Encontrada desfalecida no chão, foi removida para o Pronto Socorro, já consciente. Cabe elogiar o profissionalismo e a simpatia da equipe de socorro da SAMU. Após raios-X da bacia, coluna e costelas, inclusive raios-X panorâmico da bacia, nada foi constatado. Como havia uma batida na testa (galo), foi ordenada ressonância magnética no cérebro. Novamente foi constatada normalidade absoluta. Entrou de ambulância e maca no Pronto Socorro às 12h30min, deu baixa por volta das 16h30min, saindo em cadeira de rodas. O atendimento no Pronto Socorro, apesar do caos aparente e das precárias instalações que imitam "situação de guerra", foi exemplar.

Do episódio fica a lição. É saudável ter os números dos telefones de emergência em algum lugar perto do telefone. Na hora do sufoco acabamos ficando meio "abobados". A remoção de uma pessoa com suspeita de fratura é algo realmente complicado. Qualquer ato intempestivo pode complicar ainda mais a situação. No caso de Olga a suspeita de fratura permaneceu até o último exame efetuado pelo médico traumatologista. Até agora não sabemos o que aconteceu. A Amo não se lembra do momento do acidente. E, os exames efetuados não detectaram qualquer anomalia que pudesse ter acarretado o "mal súbito".

Olga Lenz Pedde - "Amo" - esta bem. Fica a frase dela dita no trajeto da Ambulância: "so ein Mist wie kan sowas passieren!

sábado, 12 de janeiro de 2008

Eu tinha um companheiro


Ich hatt’ einen Kameraden
Alto da União, década de 60/70.
O pai de Gisela Bock, esposa de João Arnold Zimpel foi líder local na Vila de "Alto da União" entre as cidades de Ijuí e Cruz Alta.
Bonachão e simpático era querido por todos. As festas da Igreja de Confissão Luterana de Alto da União eram inesquecíveis.
A banda de fanfarras animava as festas enquanto crianças e adultos divertiam-se. Nas mesas fartas, os idosos confraternizavam.
Entre os desejos do velho Bock constava o pedido que em seu enterro fosse tocado o hino "Ich hatt' einen Kameraden".
O hino realmente foi tocado em seu enterro tanto na Igreja como no cemitério.
Centenas de pessoas choravam copiosamente enquanto a banda tocava e o coro cantava se despedindo do memorável cidadão.



Nota 1: O hino conhecido como "Der gute Kamerad" teve o poema escrito em 1809 durante a Guerra Napoleônica, pelo poeta e historiador Ludwig Uhland (*1787, +1862). Dezesseis anos após foi criada a musica pelo Diretor Musical da Universidade de Tübingen - Friedrich Silcher que adaptou a melodia de uma canção denominada "Ein schwarzbraunes Mädchen hat ein´n Feldjäger lieb".
O hino passou a ser tocado sempre que se faziam necessárias homenagens a soldados caídos.
A atual Bundeswehr oficializou o hino que é tocado em cerimônias fúnebres e de homenagens póstumas.
A saudação militar de honra (salva de tiros) é apresentada durante a segunda estrofe e serve de símbolo e alerta para a manutenção da paz.
Em homenagens excepcionais é cantada (coro) em cerimônias fúnebres civis. Foi o caso do enterro do Senhor Bock.


Nota 2: Agradecemos correções e aperfeiçoamentos da história.

Nota 3: O Hino, inobstante a sua bi-centenária criação, ocasionalmente é repudiado na Alemanha. A própria Presidência alemã ordenou pesquisa a respeito, mantendo-se parecer favorável posto comprovada a sua neutralidade e profundas raízes na cultura alemã. Um dos argumentos a favor do hino diz respeito a sua internacionalização. O hino consta traduzido para várias línguas e é cantado inclusive pelas tropas da Legião Estrangeira Francesa.

Der gute Kamerad
1.
Ich hatt' einen Kameraden,
Einen besser'n find'st du nit.
Die Trommel schlug zum Streite,
Er ging an meiner Seite,
Im gleichen Schritt und Tritt.
Im gleichen Schritt und Tritt.

Eu tinha um companheiro,
Um melhor tu não acharas.
O tambor chamou para a batalha,
Ele caminhava ao meu lado,
Na mesma passada e passo.
Na mesma passada e passo.

2.
Eine Kugel kam geflogen:
Gilt's mir oder gilt es dir?
Ihn hat es weggerissen,
Er liegt mir vor den Füßen,
Als wär's ein Stück von mir.
Als wär's ein Stück von mir.

Uma bala veio voando:
É para mim ou para ti?
A ele a bala derrubou,
Esta deitado aos meus pés.
Como se fosse uma parte de mim.
Como se fosse uma parte de mim.

3.
Will mir die Hand noch reichen,
Derweil ich eben lad',
Kann dir die Hand nicht geben,
Bleib' du im ew'gen Leben,
Mein guter Kamerad!
Mein guter Kamerad!

Ainda quer me dar a mão,
Por estar recarregando,
Nao posso estenderte a mão,
Fique tu na vida eterna,
Meu bom companheiro!
Meu bom companheiro!

Imagem ilustrativa "pública" disponível em http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b8/Ich_hatt_einen_Kameraden_Speyer.jpg
A imagem retrata alto relevo de poço na histórica cidade de Speyer na Alemanha.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Feliz Natal 2007 e Felicíssimo Ano Novo 2008

Fellipe meu neto encontra o Papai Noel em uma loja, observa... .
Em casa diz:
- Vô tem um humano vestido de Papai Noel, isto não vale!
O que vou responder a um menino de cinco anos?
Pensei e falei:
- Fellipe qualquer um pode ser Papai Noel, o importante é o espírito de natal que devemos despertar. O espírito de solidariedade, a amizade, o amor entre as pessoas, o carinho!

Dentro deste mesmo espírito natalino desejo o mesmo para todos vocês meus amigos e amigas. Afinal um belo "Ho, Ho, Ho!", cheio de esperança!
Que entre as pessoas mais e mais se manifeste a solidariedade!
Do Werner Lorenz, Senaira, Wagner, Priscila e Fellipe